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Está a começar a Liga Virtual 2024! O Draft World Tour já arrancou. Está atento a este tópico do nosso fórum!

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O que achaste da 78ª Volta a Portugal em Bicicleta?
Excelente 8%  8%  [ 2 ]
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MensagemEnviado: 08 Ago 2016, 17:07 
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tozequio Escreveu:
O António Carvalho teve problemas gástricos antes da Volta. Está provavelmente explicado o porquê de não se apresentar ao nível da Volta do ano passado, e mesmo desta temporada.


Também não foi só isso...ele viu um companheiro de equipa que estava atrás dele na hierarquia da equipa chegar à amarela cedo e com uma grande vantagem sobre os outros e isso também acabou por ser um handicap para o António Carvalho, porque passou a ter de trabalhar para dois colegas de equipa ao invés de trabalhar só para um como estava inicialmente previsto...mais trabalho = a mais desgaste, tudo conta.


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MensagemEnviado: 08 Ago 2016, 22:41 
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o meu resumo do que aconteceu... Acho que ficou marcada a volta a Portugal pelo erro (mais 1 do Americo Silva). Percebeu-se que derivado de ter equipa mais fraca, tentou passar a camisola amarela para a w52, precisamente para o dia srº da graça, o problema é que a camisola ficou na w52, mas com muitos minutos, e pouco percurso para fazer diferenças. Quando se apercebeu do erro, o DD e o Joni brandão, tentaram atacar de longe contra uma equipa muito mais forte, em vez de jogar na defensiva e tentar ganhar alguns segundos nos Km finais da srº graça como o ano passado. o facto de se ter desgastado desde o inicio dessa etapa para tentar recuperar parte do tempo perdido fez com que nao tivesse força nos km finais e perde-se algum tempo. Na etapa da torre igual. Quem beneficiou com isto tudo e sem fazer quase nada, foi a radio popular que foi "inteligente" a perceber que o Joni e a efapel iam atacar e desgastar-se e assim conseguiram o seu lugar no podio, acho eu mais por demerito do DD da efapel do que merito (gosto do Daniel silva e acho que esteve muito bem) do Daniel e da Radio Popular


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MensagemEnviado: 09 Ago 2016, 10:02 
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nunosofio Escreveu:
o meu resumo do que aconteceu... Acho que ficou marcada a volta a Portugal pelo erro (mais 1 do Americo Silva). Percebeu-se que derivado de ter equipa mais fraca, tentou passar a camisola amarela para a w52, precisamente para o dia srº da graça, o problema é que a camisola ficou na w52, mas com muitos minutos, e pouco percurso para fazer diferenças. Quando se apercebeu do erro, o DD e o Joni brandão, tentaram atacar de longe contra uma equipa muito mais forte, em vez de jogar na defensiva e tentar ganhar alguns segundos nos Km finais da srº graça como o ano passado. o facto de se ter desgastado desde o inicio dessa etapa para tentar recuperar parte do tempo perdido fez com que nao tivesse força nos km finais e perde-se algum tempo. Na etapa da torre igual. Quem beneficiou com isto tudo e sem fazer quase nada, foi a radio popular que foi "inteligente" a perceber que o Joni e a efapel iam atacar e desgastar-se e assim conseguiram o seu lugar no podio, acho eu mais por demerito do DD da efapel do que merito (gosto do Daniel silva e acho que esteve muito bem) do Daniel e da Radio Popular


Discordo totalmente, sobretudo do que dizes da Radio Popular que com 3 bons trepadores mostrou uma enorme falta de ambição com uma atitude de defender o pódio do Daniel Silva que só atacou na Senhora da Graça e para defender também as outras posiçôes no Top 10...o Américo Silva teve responsabilidade na etapa de Macedo de Cavaleiros assim como tiveram o José Santos e o Mário Rocha, estes 2 últimos praticamente limitaram-se a ver toda a corrida sentados no sofá pedindo aos seus corredores para seguirem a roda dos mais fortes mas nunca lhes pedindo que atacassem...o Joni Brandão com os seus ataques de longe é que fez com que as etapas de montanha fossem espetaculares e muita gente ficasse irremediavelmente para trás.


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MensagemEnviado: 09 Ago 2016, 11:56 
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Pengo Escreveu:
nunosofio Escreveu:
o meu resumo do que aconteceu... Acho que ficou marcada a volta a Portugal pelo erro (mais 1 do Americo Silva). Percebeu-se que derivado de ter equipa mais fraca, tentou passar a camisola amarela para a w52, precisamente para o dia srº da graça, o problema é que a camisola ficou na w52, mas com muitos minutos, e pouco percurso para fazer diferenças. Quando se apercebeu do erro, o DD e o Joni brandão, tentaram atacar de longe contra uma equipa muito mais forte, em vez de jogar na defensiva e tentar ganhar alguns segundos nos Km finais da srº graça como o ano passado. o facto de se ter desgastado desde o inicio dessa etapa para tentar recuperar parte do tempo perdido fez com que nao tivesse força nos km finais e perde-se algum tempo. Na etapa da torre igual. Quem beneficiou com isto tudo e sem fazer quase nada, foi a radio popular que foi "inteligente" a perceber que o Joni e a efapel iam atacar e desgastar-se e assim conseguiram o seu lugar no podio, acho eu mais por demerito do DD da efapel do que merito (gosto do Daniel silva e acho que esteve muito bem) do Daniel e da Radio Popular


Discordo totalmente, sobretudo do que dizes da Radio Popular que com 3 bons trepadores mostrou uma enorme falta de ambição com uma atitude de defender o pódio do Daniel Silva que só atacou na Senhora da Graça e para defender também as outras posiçôes no Top 10...o Américo Silva teve responsabilidade na etapa de Macedo de Cavaleiros assim como tiveram o José Santos e o Mário Rocha, estes 2 últimos praticamente limitaram-se a ver toda a corrida sentados no sofá pedindo aos seus corredores para seguirem a roda dos mais fortes mas nunca lhes pedindo que atacassem...o Joni Brandão com os seus ataques de longe é que fez com que as etapas de montanha fossem espetaculares e muita gente ficasse irremediavelmente para trás.


Então eu estou a dizer que a radio Popular sem fazer quase nada, lhe apareceu do ceu o lugar no podio. acho que vai um pouco tb com o que pensas. o que eu quis dizer com "inteligente" foi que se limitou a defender o lugar sabendo que os outros iriam atacar


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MensagemEnviado: 09 Ago 2016, 12:40 
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nunosofio Escreveu:
Pengo Escreveu:
nunosofio Escreveu:
o meu resumo do que aconteceu... Acho que ficou marcada a volta a Portugal pelo erro (mais 1 do Americo Silva). Percebeu-se que derivado de ter equipa mais fraca, tentou passar a camisola amarela para a w52, precisamente para o dia srº da graça, o problema é que a camisola ficou na w52, mas com muitos minutos, e pouco percurso para fazer diferenças. Quando se apercebeu do erro, o DD e o Joni brandão, tentaram atacar de longe contra uma equipa muito mais forte, em vez de jogar na defensiva e tentar ganhar alguns segundos nos Km finais da srº graça como o ano passado. o facto de se ter desgastado desde o inicio dessa etapa para tentar recuperar parte do tempo perdido fez com que nao tivesse força nos km finais e perde-se algum tempo. Na etapa da torre igual. Quem beneficiou com isto tudo e sem fazer quase nada, foi a radio popular que foi "inteligente" a perceber que o Joni e a efapel iam atacar e desgastar-se e assim conseguiram o seu lugar no podio, acho eu mais por demerito do DD da efapel do que merito (gosto do Daniel silva e acho que esteve muito bem) do Daniel e da Radio Popular


Discordo totalmente, sobretudo do que dizes da Radio Popular que com 3 bons trepadores mostrou uma enorme falta de ambição com uma atitude de defender o pódio do Daniel Silva que só atacou na Senhora da Graça e para defender também as outras posiçôes no Top 10...o Américo Silva teve responsabilidade na etapa de Macedo de Cavaleiros assim como tiveram o José Santos e o Mário Rocha, estes 2 últimos praticamente limitaram-se a ver toda a corrida sentados no sofá pedindo aos seus corredores para seguirem a roda dos mais fortes mas nunca lhes pedindo que atacassem...o Joni Brandão com os seus ataques de longe é que fez com que as etapas de montanha fossem espetaculares e muita gente ficasse irremediavelmente para trás.


Então eu estou a dizer que a radio Popular sem fazer quase nada, lhe apareceu do ceu o lugar no podio. acho que vai um pouco tb com o que pensas. o que eu quis dizer com "inteligente" foi que se limitou a defender o lugar sabendo que os outros iriam atacar


Eu percebi que estavas a elogiar o desempenho deles, peço desculpa.


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MensagemEnviado: 13 Ago 2016, 16:06 
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No Porto Canal está a dar um programa especial sobre a Volta, onde o Gustavo e o Rui estão a ser entrevistados.

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MensagemEnviado: 13 Ago 2016, 16:10 
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luispintooo Escreveu:
No Porto Canal está a dar um programa especial sobre a Volta, onde o Gustavo e o Rui estão a ser entrevistados.


Repetição, deu na segunda ou terça-feira.


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MensagemEnviado: 13 Ago 2016, 16:30 
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Walter Morgan Escreveu:
luispintooo Escreveu:
No Porto Canal está a dar um programa especial sobre a Volta, onde o Gustavo e o Rui estão a ser entrevistados.


Repetição, deu na segunda ou terça-feira.

Sim, foi na segunda, é mais para quem não o apanhou, como eu

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MensagemEnviado: 14 Ago 2016, 10:53 
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https://inthedrops.net/2016/08/12/drapac-at-the-volta/


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MensagemEnviado: 31 Ago 2016, 19:28 
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O prometido é devido, após quase 1 mês depois do término da maior prova portuguesa de ciclismo (foi quando houve tempo para o fazer), aqui fica uma pequena visão sobre os 10 primeiros da geral:

1º Rui Vinhas – Vitória inesperada de um dos gregários da equipa, gregário este com fisionomia de trepador (59kg e 1,71m) que no entanto ao longo da sua carreira nunca foi um trepador ganhador, pelo contrário, subindo razoavelmente bem sempre se destacou mais pelo trabalho que fazia em prol dos colegas de equipa neste tipo de terreno do que propriamente pelas suas performances individuais. Aliás se olharmos para o seu início de carreira após deixar o escalão de juniores e já como sub 23 na excelente escola de ciclismo da Casactiva sediada na localidade do Sobrado de onde Vinhas é natural (mais tarde denominada Aluvia e que seguidamente a União Ciclista do Sobrado acabou por aproveitar para chegar ao profissionalismo na parceria estabelecida com a W52) não encontramos resultados significativos por parte do corredor sobradense. Só mais tarde quando chega aos algarvios do Louletano e após algumas Voltas a Portugal disputadas (2010, 2011 e 2012), começa então a ter mais liberdade para se mostrar, tal acabou por verificar-se no 15º lugar que alcançou na Volta a Portugal de 2013 (melhor registo à geral até à presente Volta), onde foi possível ver Rui Vinhas a acompanhar os melhores nas principais dificuldades montanhosas da prova rainha do calendário nacional. Com este desempenho despertou a atenção da equipa da W52 e mesmo não correndo a Volta de 2014 (ainda no Louletano) devido a problemas de saúde, acabou no ano seguinte (2015) por regressar à casa de partida e integrar a estrutura da W52, na perspetiva de fazer o trabalho que habitualmente fazia até aí na sua carreira, o de trabalhar para corredores mais capazes, ou seja, os chamados líderes de equipa. Acabou por realizar uma boa primeira época, tendo um papel importante naquele que era o objetivo principal da equipa (levar Gustavo Veloso a vencer novamente a Volta a Portugal) e tendo ainda espaço para brilhar individualmente ao longo do ano (vitória à geral no Grande Prémio do Dão). Para a Volta a Portugal deste ano esperava-se o mesmo, que ajudasse o seu chefe de fila a vencer mais uma vez…e começou muito bem neste trabalho quando nas duas primeiras etapas com alguma dificuldade (Braga e Fafe), foi possível vê-lo a trabalhar incansavelmente na frente do pelotão (é ele que com a ajuda de António Carvalho faz a primeira seleção de valores na primeira abordagem à subida do Sameiro em Braga e no dia seguinte faz o “troço” da Pedra Sentada sempre na frente do grupo de favoritos, deixando muita gente em dificuldades e sem hipótese de reentrar no principal grupo que discutiu o sprint em Fafe). Depois, na etapa de Macedo de Cavaleiros tudo muda, quando aproveita uma circunstância de corrida (fuga) e com a passividade de todas as outras equipas, ganha uma vantagem que se veio a confirmar suficiente para vencer a Volta. A partir do momento em que chegou à camisola amarela, não mais teve que trabalhar para Veloso, não mais teve que se desgastar nas etapas de montanha e aqui é de realçar que apenas por duas vezes respondeu a ataques (fez uma pequena aceleração no grupo que perseguia Joni Brandão, Veloso e Daniel Silva na ascenção à Senhora da Graça e tentou seguir a roda de Joni Brandão nas primeiras rampas da subida à Serra de São Macário), de facto muito pouco esforço para quem precisava de ser testado ao limite pelos adversários dada a vantagem que já dispunha numa fase tão prematura da corrida. Mérito para ele e mérito para o poderio da sua equipa que de facto tinha condições mais do que suficientes para o proteger e evitar desgaste desnecessário da parte dele, assim aconteceu. Depois foi só aguardar pelo contra relógio final…e quando toda a gente apontava para que perdesse 3 a 4 minutos para Gustavo Veloso, gente que se esquece também que os contra relógios da Volta são sempre marcados pelo fator recuperação, ou seja, o cansaço no último dia já é tanto que as diferenças entre os especialistas e os restantes corredores (nomeadamente aqueles que lutam por uma boa classificação geral) acabam por ser menores, o que faz com que o Top 10 da geral seja quase sempre o mesmo que fecha o contra relógio nos 10 primeiros. Foi o que aconteceu e se analisarmos friamente pegando nisto, a prestação do Rui Vinhas no mesmo (contra relógio), não surpreende. Há quem diga que foi uma vitória à Oscar Pereiro…para mim não foi porque o corredor citado ganhou o Tour não só devido a uma fuga mas também por desqualificação de um adversário…diria que esta vitória de Vinhas na Volta teve contornos parecidos com a de Manuel Zeferino em 1981 também na Volta a Portugal, quando o poveiro entrou numa fuga logo na etapa inaugural, que ligou Évora a Vila Real de Santo António, ao longo da qual amealhou mais de dez minutos de vantagem sobre todos os outros ciclistas.

2º Gustavo Veloso – Era de longe o melhor e mais forte corredor da Volta a Portugal. Mais completo (bom em todos os terrenos) e até mais inteligente na leitura da corrida, só não ganhou a volta diria que por culpa dos seus adversários que não fizeram nada de nada para anular a fuga de Rui Vinhas na etapa de Macedo de Cavaleiros e também por culpa do seu diretor desportivo, que claro está com a hipótese de poder tirar proveito da situação de Rui Vinhas naquela fuga, viu-se obrigado (outra coisa não seria de esperar) a pedir aos seus corredores que não trabalhassem naquele dia pois tinham que ser os outros a fazê-lo…o que o próprio Nuno Ribeiro não esperava era que a fuga chegasse com tanta vantagem…a partir daí e todos os dias a cada final de etapa era notório o desconforto nas suas palavras pois tudo girava em torno de Veloso e agora a estratégia tinha que mudar…aliás o próprio galego passava diariamente para as câmeras da RTP o mesmo desconforto do seu diretor desportivo, pois sabia que era o corredor mais forte da prova mas que estaria condicionado para o mostrar, uma vez que não atacaria o seu próprio colega de equipa. Disfarçadamente, ainda sacou segundos aqui e ali mas atacava sempre o mais tarde possível para não pôr à vista as fragilidades do seu companheiro e líder da prova…no entanto, apesar da sua supremacia Gustavo Veloso deve ter sido o único que antes de partir para o contra relógio sabia que dificilmente chegaria à camisola amarela, daí a desilusão…ser o melhor vencendo as etapas mais decisivas da competição (Senhora da Graça, Guarda e contra relógio de Lisboa) às quais se junta a vitória na classificação dos pontos e do combinado e não ganhar a amarela deixa um sabor amargo na boca...e ainda se pode queixar do furo no prólogo, pois provavelmente ganharia o mesmo, chegava à amarela e a fuga de Vinhas já não ocorria. Perdeu uma oportunidade…mas se continuar a correr em Portugal penso que ainda pode almejar mais um triunfo nesta prova.

3º Daniel Silva – Depois de algumas prestações que lhe valeram o Top 10 na geral individual da Volta a Portugal (10º em 2011, 4º em 2012, 6º em 2013 e 8º em 2015), chegou finalmente ao pódio este ano, atingindo o seu melhor resultado na prova com a nuance de ter sido 2º classificado nas duas principais etapas de montanha. Ainda assim e dada a sua qualidade espera-se mais de Daniel Silva no futuro, um ciclista que pretenda ganhar a Volta tem que necessariamente ser muito mais atacante e o Daniel não sei se por incapacidade, falta de ambição e/ou confiança, calculismo, estratégia da equipa ou por outro motivo qualquer é um ciclista que ataca muito pouco (este ano só o fez na subida para a Senhora da Graça). O que Joni Brandão tem em excesso, falta a Daniel Silva e o corredor da Trofa terá que rever estes aspetos, até porque ao que parece segundo palavras do seu colega de equipa Rui Sousa e do seu diretor desportivo, será ele o principal líder da equipa em 2017. Este resultado poderá ser o tónico para uma mudança na sua mentalidade e forma de correr, a ver vamos.

4º Raul Alarcon – Mais um corredor de trabalho dentro da W52…no entanto, ao analisarmos a corrida de forma realista, chegamos à conclusão que Alarcon acabou por se transformar num gregário de luxo uma vez que deu a sensação que não teve de trabalhar a tope para Gustavo Veloso e Rui Vinhas, já que que este último antes de alcançar a amarela entrou ao serviço nas primeiras dificuldades da prova e já depois de chegar ao topo da classificação esse trabalho coube em muito a Ricardo Mestre e António Carvalho…ou seja, fruto da tremenda superioridade da equipa azul e branca, Raul Alarcon acabou por ser resguardado naquilo que era a estratégia da equipa, não indo ao limite das suas forças e ficando até a ideia de que se tivesse liberdade para atacar, poderia ter chegado ao pódio e juntar-se aos seus 2 colegas de equipa (Vinhas e Veloso)…Raul Alarcon corre em Portugal desde 2011 e o seu percurso em terras lusitanas tem sido marcado por dúvidas e interrogações dadas as suas performances, sobretudo desde que o ano passado chegou à sua atual equipa…talvez estas dúvidas sejam levantadas por aqueles que desconhecem o seu percurso inicial como profissional…esses ignoram que Alarcon há uns bons anos atrás quando tinha apenas 22 anos (hoje tem 30) já tinha adquirido uma importante experiência internacional, isto é, durante duas temporadas competiu no exigente calendário Pro Tour que à data a sua equipa Saunier Duval cobria. Foi neste patamar, que demonstrou ser um corredor com qualidades de rolador, combativo e resistente (em 100 dias de competição apenas se retirou 7 vezes, o que é muito bom para um corredor que na altura era sub 23), ficando na retina os 2 París-Roubaix que terminou, algo que poucos ciclistas espanhóis conseguem. Foi esta experiência e após um momento menos bom na carreira ao passar pelo ciclismo amador, que o fez vir correr para Portugal onde mais uma vez as suas qualidades de rolador sobressaíram, primeiro na Efapel e depois no Louletano. Nestas duas equipas sempre gostou de correr só para si, sobressaindo a sua grande combatividade e a capacidade para ler os vários momentos de corrida (muitas eram as vezes em que era visto na retaguarda do pelotão mesmo antes de atacar e incetar uma fuga). Após 4 anos a correr desta forma, a W52 viu nele um corredor que poderia dar muito mais ao coletivo de uma equipa e não pensar só em si próprio…e o que é certo é que nestes 2 anos assistimos a uma forma de correr muito diferente de Alarcon, pois está mais dado ao trabalho de equipa e muito mais completo nas suas características (rola ainda melhor e está cada vez mais forte na montanha), o que nos deixa curioso em relação ao seu futuro dentro do pelotão português…será capaz de numa próxima Volta a Portugal fazer uma melhor classificação? Fica a questão.

5º Joni Brandão – O atual 2º classificado do Ranking APCP Ciclista do Ano (com os mesmos pontos do 1º Rafael Reis) foi sem dúvida o MVP da Volta a Portugal. Era a par de Gustavo Veloso o principal favorito à vitória na Volta e qualquer outro resultado que não fosse a vitória não interessava a Joni….posto isto e após a fuga consentida a Rui Vinhas na etapa de Macedo de Cavaleiros (e aqui convém realçar que a sua equipa tem cota parte na responsabilidade de não ter perseguido), não restava a Joni Brandão mais nada do que não fosse apenas e só correr atrás do prejuízo. Muitos criticaram a sua estratégia ofensiva nas etapas da Senhora da Graça e da Guarda com dupla passagem pela Torre, afirmando que o corredor atacou bastante cedo, no entanto tinha que ser assim pois a W52 era de longe a equipa mais poderosa e as equipas poderosas só podem sofrer desgaste que as abale se forem testadas com ataques constantes e mais longe da meta…quantos menos ataques houvessem ou mais perto da meta se verificassem, mais homens teria a W52 na frente do pelotão para controlar a etapa. Fica então na retina de quem acompanhou a Volta a postura ofensiva de Joni Brandão logo no início da subida à Senhora da Graça, transformando a subida num espetáculo que há muito não se via por aquela estrada acima e principalmente na abordagem à etapa da Guarda, aqui o corredor de Travanca atacou a 87 Kms da meta em plena ascenção à Torre só cedendo a 2 Kms da linha de chegada…foram 85 Kms que colocaram em sentido os homens da W52. Na atualidade, é o melhor trepador português a correr em Portugal e o único ciclista que nesta edição da Volta fez verdadeiramente frente ao poderio da W52. Fica claro que se continuar a correr em Portugal nos próximos anos, a tão almejada vitória à geral na Volta há-de surgir.

6º Amaro Antunes – À partida para a Volta, repartia a liderança da equipa com o espanhol Alejandro Marque e apesar do percurso na prática favorecer mais o colega de equipa, Amaro esteve sempre uns bons furos acima de Marque. Se no ano passado tínhamos visto um Amaro Antunes ao ataque nas etapas de montanha, acabando por pagar alguma ousadia e também o esforço desenvolvido, este ano podemos observar uma clara melhoria do Amaro neste aspeto, mostrando-se mais maduro, mais inteligente na leitura de corrida e mais conhecedor das suas capacidades e limites, não indo ao choque face a qualquer ataque dos adversários, seguindo apenas o seu ritmo ou o daqueles que as suas pernas permitiam…esta postura permitiu-lhe melhorar as prestações dos anos anteriores, obtendo uma classificação final mais condizente com o seu real valor. Estamos efetivamente na presença de um corredor perfeitamente fiável nesta fase da sua carreira, estando cada vez mais completo e com legítimas aspirações a discutir a Volta numa das próximas edições, basta que tenha também alguma sorte com o percurso (mais montanha e contra relógio mais curto) e poderá sonhar.

7º Henrique Casimiro – Grande atuação do corredor alentejano nesta Volta a Portugal! Com uma carreira toda ela realizada ao serviço do Tavira (chegou à equipa em 2007 passando a profissional em 2009), Henrique foi revelando ser um ciclista com alguma capacidade de explosão que fazia valer em terrenos mais duros, no entanto após chegar a profissional nunca obteve qualquer vitória individual e o seu papel sempre foi remetido ao coletivo da equipa. Ainda assim, a mudança de ares este ano terá surtido efeito pois a Efapel tem sabido extrair o melhor do ciclista que aos 30 anos parece estar no auge das suas capacidades, assim o atestam os seus resultados ao longo do ano (19º na Vuelta a Castela e Leão, 8º no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela e no Troféu Joaquim Agostinho e 5º no Grande Prémio Jornal de Notícias) e que culminaram com este brilhante 7º lugar na Volta, ainda para mais quando o corredor trabalhou toda a corrida para o seu chefe de fila (Joni Brandão). Resta esperar pela próxima época para percebermos se este desempenho foi meramente ocasional ao estilo “one-hit wonder” ou se Henrique Casimiro conseguirá fazer ainda melhor.

8º Vicente Garcia de Mateos – Juntamente com Henrique Casimiro merece o rótulo de corredor revelação desta Volta a Portugal. Toda a sua carreira foi um sprinter, daqueles versáteis que trabalham na pista e que depois na estrada conseguem ter resultados aceitáveis, este espanhol é o caso. Na abordagem a esta Volta a Portugal talvez tivesse pegado nisso mesmo, a sua versatilidade para ir mais além e trabalhar outros aspetos da sua condição física…de facto estivemos na presença de um surpreendente Garcia de Mateos que se nos anos anteriores sempre se mostrou mais capacitado para obter vitórias parciais, sobretudo em provas de um dia, este ano deverá ter traçado um objetivo diferente e que se relacionava com a obtenção de um bom lugar na classificação geral da Volta a Portugal, algo que ninguém esperava…a verdade é que se este espanhol sempre foi regular nos sprints em Portugal, foi essa mesma regularidade que transportou para a obtenção deste 8º lugar, pois o corredor nas 6 primeiras etapas da Volta mais prólogo não baixou do Top 10, incluindo-se claro a vitória de etapa em Viseu numa chegada ao seu jeito…sprint num grupo reduzido. Mesmo nas restantes etapas até à chegada ao contra relógio, a pior classificação que obteve foi o 12º lugar em Castelo Branco, ou seja uma verdadeira regularidade digna de quem quer finalizar a Volta entre os primeiros…e no contra relógio não podemos esquecer que teve um furo que o fez perder muito tempo numa altura em que no primeiro ponto intermédio vinha a fazer um tempo entre os 6 melhores e foi este percalço que o fez baixar duas posições na classificação geral, baixando de 6º para 8º no final. Além da já citada vitória de etapa em Viseu, fica também na memória a forma como bravamente se aguentou entre os primeiros nas montanhas mais difíceis da Volta (Senhora da Graça, São Macário e Torre). Fica a curiosidade de vermos como Vicente Garcia de Mateos se vai comportar na próxima Volta a Portugal.

9º Rui Sousa – Mais uma atuação à altura dos seus pergaminhos. Aos 40 anos já ninguém esperava que vencesse a Volta mas todos esperavam que estivesse na frente quando as principais montanhas da corrida surgissem…e a verdade é que se se lançou ao ataque em subidas como São Macário e Serra da Arrábida (na Senhora da Graça e na Torre não atacou sentindo mais dificuldades), também o fez em terrenos que não eram os seus, nomeadamente quando na etapa de Viseu tentou surpreender os favoritos à geral atacando nos últimos quilómetros quando a estrada era totalmente plana. Rui Sousa foi igual a si próprio, um lutador num percurso que mais uma vez não se enquadrava nas suas características. Talvez tenha sido o último Top 10 da Volta na sua carreira pois para o ano o seu trabalho deverá centrar-se na ajuda a Daniel Silva e eventualmente na procura de uma vitória de etapa para fechar em beleza uma carreira digna e bonita onde só faltou a cereja no topo do bolo…vencer a Volta a Portugal.

10º Ricardo Vilela – Se no ano passado apareceu na Volta a Portugal com vista a preparar a Vuelta não tendo objetivos definidos para a corrida, este ano o corredor não escondeu (nem a equipa) que vinha com o objetivo de se classificar entre os 10 primeiros da geral individual, podendo até sonhar com a Volta que fez em 2014 ao serviço da W52 em que sendo um gregário na altura, acabou por surpreender ao finalizar a corrida num excelente 6º lugar. Na Volta deste ano acabou por terminar no lugar mais baixo do Top 10, no entanto esta classificação será sempre alvo de interrogações devido ao confuso final da etapa de Arruda dos Vinhos em que Ricardo Vilela fez parte da fuga que acabou por ser bem sucedida e que obteve uma vantagem de quase 5 minutos para o pelotão, pelotão este que se equivocou no percurso quando vinha rapidamente a tirar tempo à fuga…os fugitivos foram obrigados a parar mas quando a corrida retomou, o pelotão já não conseguiu reduzir uma diferença que antes da paragem se vinha a reduzir bastante…portanto na minha opinião, Ricardo Vilela só termina a Volta no Top 10 devido ao sucedido nessa etapa. Aliás a sua prestação nesta edição não foi muito regular pois se excluirmos a etapa de Arruda dos Vinhos, só por duas vezes nos finais de etapa alcançou o Top 10 (9º em Fafe e 8º no contra relógio de Lisboa). Veremos então qual o futuro de Ricardo Vilela e se no próximo ano correrá a Volta a Portugal ou não…se estiver em forma, tem qualidade para fazer melhor do que este 10º lugar como já conseguiu no passado.


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