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http://jornalciclismo.com/liberty-seguros-desiste-de-patrocinar-equipa-profissionalLiberty Seguros desiste de patrocinar equipa profissionalO projecto mais ambicioso do pelotão profissional português para 2011 não vai sair do papel, já que a Liberty Seguros desistiu da intenção de regressar com uma equipa continental. A decisão foi tomada pela casa-mãe, nos Estados Unidos da América, devendo-se ao histórico de doping associado aos anteriores projectos da seguradora na modalidade, a espanhola Liberty Wurth, em 2005, e a portuguesa Liberty Seguros, em 2009.
“Estou sem palavras. É uma situação dramática, porque estão envolvidas muitas pessoas e isso é mais importante do que ter ou deixar de ter uma equipa profissional. Neste momento, estou preocupado com os corredores que iriam fazer parte do projecto, pois qualquer um deles tinham mercado e poderia facilmente encontrar uma equipa. Escolheram-nos e, neste momento já não será fácil encontrarem alternativa”, afirmou ao Jornal Ciclismo Manuel Correia, que seria o director-desportivo da formação que marcaria o regresso da Liberty Seguros ao pelotão profissional.
Manuel Correia vai ainda tentar encontrar um patrocinador alternativo, mas, tendo em conta a conjuntura económica, não tem muitas esperanças. “Vou tentar, mas sei que será difícil e não quero alimentar falsas expectativas”, sublinha o técnico.
“Ainda não refeita do trauma provocado pelos dois casos de doping em equipas de ciclismo profissional associadas à marca Liberty, em Espanha, e em Portugal com o lamentável caso ocorrido em 2009, a Administração do Liberty Mutual Group decidiu agora reafirmar, de forma categórica, o total afastamento da marca em relação a uma equipa de ciclismo profissional, posição certamente reforçada pelo escândalo que acaba de atingir o ciclista espanhol Alberto Contador, recente vencedor do Tour, desacreditando ainda mais a modalidade a nível internacional”, explica a Liberty Seguros em comunicado.
A filial portuguesa da seguradora garante que pretendia regressar ao ciclismo profissional devido à “forma extremamente positiva como decorreram, ao longo de 2010, todas as acções de apoio ao ciclismo protagonizadas pela Liberty Seguros”. Essas acções irão manter-se no futuro, designadamente o investimento nas selecções nacionais e nas equipas de formação, assim como em eventos de ciclismo de lazer, “lamentando não poder concretizar as expectativas geradas nos técnicos e nos atletas convidados a participar no projecto agora inviabilizado”.
Manuel Correia, por sua vez, está inconsolável com este desfecho, mas compreende a decisão da Liberty Seguros. “Quem sai a perder de tudo isto é o ciclismo, mas isto que nos sucedeu é fruto de o ciclismo ter chegado a um ponto de falta completa de credibilidade. É altura de os agentes da modalidade pensarem bem no que têm vindo a fazer contra o ciclismo e de arrepiarem caminho”, avisa.
A Liberty Seguros já tinha fechado o plantel com dez elementos. Ficam agora perante o espectro do desemprego António Amorim (ex-Barbot-Siper), Edgar Pinto (ex-LA-Paredes Rota dos Móveis), Fábio Silvestre (ex-Liberty Seguros sub-23), Filipe Cardoso (ex-LA-Paredes Rota dos Móveis), José Mendes (ex-LA-Paredes Rota dos Móves), Marco Coelho (ex-Liberty Seguros sub-23), Ricardo Vilela (ex-Madeinox-Boavista), Rui Sousa (ex-Barbot-Siper), Sérgio Sousa (ex-Madeinox-Boavista) e Vítor Rodrigues (ex-Caja Rural).