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 Assunto da Mensagem: TheSharkAttack #04 - UCI vs ASO
MensagemEnviado: 13 Jul 2016, 21:27 
Dobradinha no Tour
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Registado: 29 Set 2015, 17:43
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Boa noite a todos!

Como já devem saber, existe uma guerra entre duas das grandes organizações do ciclismo: a UCI (União Ciclística Internacional), a entidade suprema do ciclismo, responsável pela supervisão de todas as corridas a nível mundial do ciclismo e a ASO (Amaury Sport Organization), empresa responsável organização uma grande parte das corridas no World Tour. Ultimamente, tem-se falado muito desta guerra, apesar da tensão entre estas duas organizações já terem décadas. Como todos já devem ter conhecimento, este braço de ferro culminou com a reforma apresentada pela UCI para o calendário do World Tour em 2017 e a recusa da ASO a este calendário, com base que irá criar um "sistema fechado a nível desportivo" (se alguém souber o que isto quer dizer, que apresente nos comentários), ameaçando retirar todas as suas corridas do World Tour. No início não percebi a gravidade da situação, mas ao pesquisar sobre o tema para apresentar o "TheSharkAttack", descobri que o novo calendário World Tour pretende passar corridas como a E3 Harelbeke, a Vuelta al Pais Vasco, o Tour de Romandie, o Tour de Pologne e o Eneco Tour para a segunda divisão de corridas e pôr fora sequer da segunda divisão outras corridas atualmente World Tour, como a Gent-Wevelgem, a Volta a Catalunya e a Clássica de San Sebastian.

https://plus.google.com/115448567108589974678/posts/FyGLUMdBiUu?pid=6179876854403870770&oid=115448567108589974678

Primeiro, irei falar do primeiro grande episódio desta disputa, que aconteceu em 2007 e em 2008, quando, por razões desconhecidas aos olhos da imprensa de ciclismo mundial, a UCI exigiu que os ciclistas boicotassem o Paris-Nice (propriedade da ASO) e ainda ameaçou os corredores que participassem nesta corrida com penalizações, bem como as suas equipas. Por outro lado, a ASO ameaçou as equipas que seguissem as instruções da UCI de os impedir de participar no Tour de France. Muitos managers e dirigentes das equipas criticaram as exigências de ambas as organizações que impossibilitavam uma escolha acertada às equipas. Tudo acabou por se resolver e a UCI não penalizou ninguém que participou no Paris-Nice 2008. Foi Pat McQuaid, presidente da UCI na época, que se lembrou de fazer esta ameaça. Ao que li sobre ele, possuiu uma ganância e uma vontade de que todos se submetam a ele incontrolável.

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Estas organizações também discordaram no ponto das equipas a nível World Tour. A UCI defendia e ainda defende o seu sistema de licenças de 3 anos. Por outro lado ASO queria um sistema de "descida de divisão", como facilmente encontramos numa liga de futebol, em que as duas equipas World Tour com menor número de pontos passavam a Pro Continental enquanto as duas equipas Pro Continental com maior número de pontos subiam para a categoria World Tour. A ASO sempre defendeu também a existência de 20 equipas no World Tour, como existia antigamente antes da UCI reduzir este número para 18.

Também o Tour of California está no centro do campo de batalha. Confesso que nunca percebi porque é que uma corrida bem organizada, onde alguns dos melhores ciclistas do mundo adoram ir correr e realizada numa região onde dinheiro e patrocínios não faltam não conseguiu nos últimos anos a classificação de World Tour. Felizmente, um artigo do site cyclingtipes ajudou-me a chegar à resposta (para quem quiser ler a reportagem inteira, pus o link aqui em baixo). Talvez tenha a ver com este braço de ferro que estou a falar. Ao que parece, a reforma do calendário irá impedir quaisquer equipas continentais de participar nos eventos 1.HC ou 2.HC, ou seja, na "segunda divisão" das provas do calendário, e as equipas americanas não são exceção. Esta corrida foi criada com o principal objetivo de desenvolver o ciclismo na América do Norte, e de facto este evento contribuiu e de que maneira para a divulgação de ciclistas americanos nos últimos 10 anos. Se as equipas continentais não poderão participar, esta divulgação deixará de existir, o que não agrada nem a ASO nem a todos nós (partindo do princípio que gostamos de ver novos corredores a surgir).

http://cyclingtips.com/2016/03/is-the-amgen-tour-of-california-caught-in-a-battle-between-the-uci-aso-and-chinas-richest-man/

Um dos principais pontos de discussão é a vontade da ASO de globalizar o ciclismo. Acho que é neste ponto que a ASO leva larga vantagem em termos de apoio em relação à UCI, que insiste em conservar um número, na minha opinião exagerado, de corridas na Europa central. A ASO criou voltas de ciclismo na Califórnia (achava quase um sacrilégio não haver uma prova de uma semana da América do Norte com visibilidade para o estrangeiro), dando-nos ainda a conhecer as montanhas rochosas e desérticas do Oman, os ventos laterais do Qatar, as terríveis etapas finais em circuito nos fiordes noruegueses e as terríveis colinas da região do Yorkshire, no Reino Unido. O ponto de vista da ASO é reforçado pelo simples facto destas corridas serem algumas das melhores corridas que temos o prazer de assistir, divulgando não só paisagens e dificuldades quer meteorológicas quer climáticas mas também grandes espetáculos de ciclismo no mundo inteiro. E seria ainda melhor se estas corridas estivessem no World Tour, ao invés de corridas que são boas mas não deviam ser World Tour como a Gent-Wevelgem ou a E3 Harelbeke, na Bélgica, ou o Tour de Romandie, na Suíça.

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E é por isso que concordo na maior parte das vezes com a opinião da ASO, achando que a grande parte das suas propostas Aliás, a grande parte das múltiplas batalhas nesta guerra não passam de discussões entre o vizinho de baixo e o vizinho de cima e por vezes nem se sabe quem trouxe o assunto para cima da mesa. Eu continuo a achar que a ASO tem opiniões mais corretas, que favorecem as equipas ou algumas regiões normalmente mais desfavorecidas, como referi anteriormente. Se não fosse a RCS Sports, organizadora do Giro d'Italia e de grande parte das corridas em Itália, que, tal como a UCI, tem uma rivalidade antiga com a ASO visto que se tratam das duas maiores entidades organizadoras de corridas do mundo do ciclismo, a UCI já estaria posta de parte pela ASO e pela grande parte das equipas, a apodrecer numa vala na berma da estrada que é o ciclismo mundial.

No entanto, esta guerra é resumida a uma praga que pode ser fatal para o mundo do ciclismo e a possibilidade de haver dois calendários para o ano torna-se cada vez mais real. Por isso, espero que tudo se resolva e que esta situação vivida atualmente sirva de lição a estes dois vizinhos que insistem em embirrar um com o outro.

Espero que tenham gostado e apresentem as vossas opiniões nos comentários :D


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