Miguel Escreveu:
scholes18 Escreveu:
Ontem no programa do RAP resumiu bem de quem é o maior problema.
Mas também é enganador dizer que isto não tem nada a ver com alterações climáticas, tanto que é a segunda vez que acontece no espaço de uma semana. E além da semana passada, houve também já outro dia este ano em que houve umas pequenas inundações, ainda que não com esta gravidade. Se muitas vezes estas tempestades ficavam pelos Açores, agora chegam cá com maior frequência e, quanto maior for o aumento da temperatura média, maior será a frequência com que viveremos fenómenos destes.
Também não podemos andar a culpar as alterações climáticas por tudo e por nada. Não digo que não possa haver aí alguma relação mas chuva forte nesta altura é comum. Existirá uma relação forte entre as alterações climáticas e o aumento do número de fenómenos incomuns como tornados e etc mas o que estamos a presenciar este ano é um Outono clássico. Nos últimos anos é que nos habituamos a outonos muito secos mesmo até Dezembro.
É mais frequente haver cheias em zonas onde tipicamente chove menos por várias razões: é mais comum chover poucas vezes e muita quantidade de cada vez, há menor capacidade de absorção pelos solos e há maior desleixo na limpeza de canais, valetas, sargetas,...
Em Lisboa parece que para além deste possível desleixo (que é uma suposição da minha parte), haverá bastante pressão demográfica aliada à orografia da região. Ou seja, uma "rede" de colinas separadas por vales em que a água que escorre vai sempre para as zonas mais baixas e acaba por se concentrar em força nas zonas mais baixas desses vales. Como? Chuvas pouco frequentes levam a solos menos permeáveis e levam a maior escorrimento de água aliado a uma grande quantidade de materiais impermeáveis (cimento, betão, alcatrão,...) que conduzem sempre a água para zonas mais baixas e em grande volume .
Soluções não tenho porque conheço muito mal a zona de Lisboa mas acredito que não seja fácil. Em Lisboa, e tal como no Porto, os ribeiros ou rios que atravessavam zonas que agora são habitadas foram todos entubados e passam debaixo de terra. É uma grande quantidade de cursos de água subterrâneos que já existem (e que de certa forma poderão transbordar quando há estes fenómenos de chuva intensa e prejudicar o escoamento de águas pluviais) e que poderão inviabilizar a construção de grandes canais para o escoamento de águas.