zeduarte 10 Escreveu:
MarcoAZB Escreveu:
Na verdade também realisticamente irias sempre para uma vila nos arredores de um centro urbano. Porque morar no centro é caríssimo, e porque o teu salário para alguém que se acabou de mudar para fora não vai ser assim tão alto.
Isso é muito frequente por exemplo na Alemanha (pelo menos na Baviera) - se bem que Munique com um bocado de sorte até arranjas algo no centro. Maioria da malta vive naquelas vilas dos arredores porque além de ser mais barato, o S-Bahn (comboio suburbano) funciona quase como metro e tens uma commute de 20/30 minutos.
Estocolmo, Oslo, Malmo, não fogem muito disso também. Na Holanda também não, embora com uma dimensão diferente. Haarlem, Delft, Leiden, Utrecht já têm uma dimensão considerável (100k-300k), são cidades muito ricas em termos de história e cultura, a 20-30 minutos de Amesterdão (no caso de Delft isto aplica-se mais a distância de Roterdão ou Haia).
10k-20k não é uma dimensão demasiado pequena, no entanto? Para mim é, pelo menos. Em perspectiva, a Azambuja passa os 20k e é a parvalheira total.
Eu tenho um bocado essa sensação de "vila nos arredores", mas acho que estás a exagerar. Não são vilas assim tão pequenas, nem chega a haver de perto ou de longe o conceito de comunidade. Tipo, em 2016 a final do Euro foi em Saint Denis, que é um cidade a 10kms de Paris com quase 100k habitantes. No entanto dali ao centro de Paris não deve haver um palmo de campo. Já ouvi descrições parecidas sobre Londres. Em Lisboa é porque temos a margem Sul e disfarça, porque mesmo deste lado há Odivelas, há Oeiras, há toda aquela confusão que é a zona de Sintra...
Se calhar 20k é curto, certo. Mas na minha cabeça mais que 50k já é confusão a mais
Além disso, neste cenário não iria sair necessariamente para a zona de uma capital Europeia. Não me parece que nos outros países haja tanta centralização como aqui. E agora nem falo de litoral vs interior, falo mesmo de Lisboa vs Porto/Coimbra/Aveiro/Faro.
btw, andei há uns tempos por Aveiro e adorei aquilo
Deste provavelmente os dois exemplos mais extremos (Paris e Londres) que são de uma dimensão completamente diferente, e as áreas metropolitanas tugas feitas à Pai Natal.
Londres é um aglomerado de pequenas vilas que entretanto cresceram e formaram o que isto é actualmente. Em Paris, viver dentro da Périferique é completamente inacessível para as pessoas das classes mais baixas, de modo que as vilas à volta são autênticas cidades (Clichy, Saint-Denis, Créteil, etc) porque é onde boa parte das gentes que para lá se mudaram há 40 anos (de dentro ou de fora do país) conseguiam viver.
Em Portugal tudo à volta de Lisboa e Porto funcionou um pouco da mesma forma. As cidades da periferia (Amadora, Sintra, Oeiras, Loures, Gaia - que não é mais do que um aglomerado de terriolas, Maia - igual, Matosinhos, etc.) cresceu de tal forma que foi até aos limites da própria cidade.
As cidades que referi apesar da dimensão que têm, não têm isso. Utrecht e Amesterdão, por exemplo. Entre as duas acredita que vês campo (antes de chegares à Arena de Amesterdão e ao aeroporto). E apanhas um suburbano em qualquer uma outra direcção a partir de Utrecht e garanto-te que passados 45 segundos estás a ver a horta de alguém pela janela.
Com planeamento urbano decente, consegues arranjar cidades com 500k/1M que não sentes que são 'cheias' de gente. E a vantagem de já teres essa dimensão é que a partir de certa altura já começas a ter eventos culturais/desportivos de toda a espécie. A Alemanha é um bom sítio para isso, na minha opinião...não tivessem eles de ter reconstruído as cidades há 70 anos atrás.