zeduarte 10 Escreveu:
Ok, mas isso não invalida que na origem do grupo do facebook esteja um partido ou organização, ainda que pequeno e independentemente de quadrantes. Cheira mais a direita, tanto por estar longe de sindicatos e pelo toque a orgulho nacional, mas não é o fundamental
Isto tem obra da direita sem sombra de dúvida. O mesmo com a greve dos professores (que reclamam por algo que lhes foi tirado pelo Governo do Passos), e que recebem uma quantia diária para se manifestarem, porque surgiu uma conta recheada com uns 800 mil euros para financiar isso sabe-se lá vindos de onde.
É óbvio que Portugal tem inúmeras coisas para melhorar, mas dado o que se passou nos últimos anos de governação, todo este alarido é claramente alguém a tentar manipular a opinião que os portugueses têm sobre o Governo.
Então uma série de manifestações não apoiadas por partidos, por sindicatos, etc...tem no dia anterior escarrapachados no Telejornal os sítios concretos das manifestações? Cheira um bocadinho a esturro.
Acho bem que as pessoas se manifestem, mas com um propósito concreto. Sem imitações. Até porque é fácil ver um conjunto de items onde as pessoas se poderiam manifestar:
- Descida do IVA sobre a electricidade.
- Obrigar o privado a subir o salário mínimo para 635 para acompanhar a medida do Estado (que queria subir o salário no privado mas não houve concertação social. Como tal, subiu no público)
- Baixar os impostos sobre combustíveis, IUC, IA, de modo a renovar-se o parque automóvel português. É que já não basta o preço ser alto, o português comum também anda com um carro de 15 anos com consumos elevados.
- Investimento de grande ordem em infra-estruturas para que não passemos os próximos 20 anos com tudo a rebentar pelas costuras: novo aeroporto em Lisboa, aumentar frequência e número das composições de metro e comboios urbanos/suburbanos tanto no Norte como no Centro e no Sul.
Parece-me estranho ver gente a manifestar-se com "chega de corrupção" escrito em cartazes. É claro que a corrupção é um problema gigantesco do país, mas não vai lá com pedir amigavelmente às pessoas que deixem de ser corruptas. Vai lá é com fiscalização, multas, despedimentos e cortes nas pensões de quem seja condenado por corrupção, e mais importante do que isso, dar condições às pessoas para não serem corruptíveis. E às vezes isso consegue-se com as mínimas melhorias das condições de trabalho.
É mais do que óbvio que isto não surge da noite para o dia, e é impraticável pedir redução de impostos e ao mesmo tempo pedir aumento do investimento na infra-estrutura. Mas é necessário que comece a haver um plano de larga escala para isto.