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MensagemEnviado: 21 Set 2018, 20:57 
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Incrível a indignação esquerda/direita no caso da PGR. Somos mesmo um país de Benficas-Sportings


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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 11:18 
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RAP, na Visão Escreveu:
Irmãos Metralha, Dalton e Lehman
O único texto económico que estudei com afinco foi o ‘FMI’, do José Mário Branco

Passaram dez anos sobre a queda do banco Lehman Brothers e a data foi assinalada por pessoas que ainda não perceberam o que se passou. Eu também ainda não percebi o que se passou, mas ao menos não estou a tentar. Descobri muito cedo que o mundo económico-financeiro era incompreensível, pelo que prefiro não perder tempo a compreender como se perde dinheiro. O único texto económico que estudei com afinco foi o FMI, do José Mário Branco, e a certa altura ele sugere: “entretém-te, filho, e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada”. É um bom conselho, embora contenha um erro. Os gajos não são inteligentes. Toda a gente que agora se pronunciou sobre a crise provocada pelo Lehman Brothers disse que é uma questão de tempo até ocorrer outra crise igual. Ou seja, não houve inteligência para prevenir o que aconteceu nem para evitar que volte a acontecer. A razão pela qual os gajos parecem inteligentes é a do costume: inventaram um jargão impenetrável que dá, a quem não o domina, a sensação de que se está a falar de coisas muito complicadas. É o chamado “método Luís Freitas Lobo”. Toda a gente já viu um jogador de futebol que joga nos flancos a correr para a grande área para tentar ajudar os companheiros do centro da defesa. Mas quando Freitas Lobo diz que determinado lateral está a fazer a “basculação interior e dobrar nas costas dos centrais”, deixamos de saber exactamente o que se passa. É de propósito.

O vocabulário económico-financeiro é a um tempo mais imaginativo e mais simples do que o do futebol, uma vez que consiste numa tentativa de dizer sempre a mesma coisa mas de modos obscuros diferentes. Por exemplo, “créditos subprime” significa, na verdade, “ganância de sacar o máximo dinheiro a quem deseja comprar casa”. “Produtos de risco” quer dizer “ganância superior à ganância habitual”. “Chancela de qualidade das agências de rating” significa “licença para ser ganancioso”. “Non-performing loans” é outro modo de descrever “casos em que a ganância era de tal forma desmedida que acabou por correr tragicamente mal”. E é tudo. Posto isto, não há muito mais a fazer do que uma pessoa entreter-se e ir para a cama descansada.


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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 11:51 
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A linguagem que se usa em engenharia, física, medicina, sendo se calhar sobre assuntos mais complexos, pelo menos essa linguagem é mais simples de perceber.

Dou por mim a pensar sempre que não percebo nada de economia com os estrangeirismos usados e títulos ou palavras estranhas que dão a coisas muito fáceis de entender. Mas o meu interesse por essa área é quase nulo sinceramente.


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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 11:58 
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zeduarte 10 Escreveu:
RAP, na Visão Escreveu:
Irmãos Metralha, Dalton e Lehman
O único texto económico que estudei com afinco foi o ‘FMI’, do José Mário Branco

Passaram dez anos sobre a queda do banco Lehman Brothers e a data foi assinalada por pessoas que ainda não perceberam o que se passou. Eu também ainda não percebi o que se passou, mas ao menos não estou a tentar. Descobri muito cedo que o mundo económico-financeiro era incompreensível, pelo que prefiro não perder tempo a compreender como se perde dinheiro. O único texto económico que estudei com afinco foi o FMI, do José Mário Branco, e a certa altura ele sugere: “entretém-te, filho, e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada”. É um bom conselho, embora contenha um erro. Os gajos não são inteligentes. Toda a gente que agora se pronunciou sobre a crise provocada pelo Lehman Brothers disse que é uma questão de tempo até ocorrer outra crise igual. Ou seja, não houve inteligência para prevenir o que aconteceu nem para evitar que volte a acontecer. A razão pela qual os gajos parecem inteligentes é a do costume: inventaram um jargão impenetrável que dá, a quem não o domina, a sensação de que se está a falar de coisas muito complicadas. É o chamado “método Luís Freitas Lobo”. Toda a gente já viu um jogador de futebol que joga nos flancos a correr para a grande área para tentar ajudar os companheiros do centro da defesa. Mas quando Freitas Lobo diz que determinado lateral está a fazer a “basculação interior e dobrar nas costas dos centrais”, deixamos de saber exactamente o que se passa. É de propósito.

O vocabulário económico-financeiro é a um tempo mais imaginativo e mais simples do que o do futebol, uma vez que consiste numa tentativa de dizer sempre a mesma coisa mas de modos obscuros diferentes. Por exemplo, “créditos subprime” significa, na verdade, “ganância de sacar o máximo dinheiro a quem deseja comprar casa”. “Produtos de risco” quer dizer “ganância superior à ganância habitual”. “Chancela de qualidade das agências de rating” significa “licença para ser ganancioso”. “Non-performing loans” é outro modo de descrever “casos em que a ganância era de tal forma desmedida que acabou por correr tragicamente mal”. E é tudo. Posto isto, não há muito mais a fazer do que uma pessoa entreter-se e ir para a cama descansada.

lol o gajo que escreve o texto acaba por ser engolido pela mesma palermice que tenta retratar.

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“No one should expect that any logical argument or any experience could ever shake the almost religious fervor of those who believe in salvation through spending and credit expansion.”


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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 12:23 
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Porquê?


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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 13:24 
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Não acho que seja necessariamente jargão intencionalmente difícil. É mais porque o comum dos mortais não tem qualquer formação na área e isso deveria ser algo, pelo menos ao nível mais básico, dado nas escolas. Compreender o mercado financeiro é difícil - prever então, acho que é impossível - mas maioria das pessoas não sabe fazer um orçamento pessoal ou familiar básico, não sabe como funciona um crédito ou como o usar (e quando o usar), o que é uma taxa de juro, etc.

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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 21:34 
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Qualquer ciência acaba por usar um vocabulário próprio, mas caraças, os economistas são uns especialistas nisso, quando muito é senso comum.

Bernardo, o meu preferido para malta sem grandes conhecimentos na área é este: https://www.almedina.net/product_info.p ... s_id=30551 Não é um freakonomics nem algo parecido, porque não tem pretensões de tornar tudo económico. Vai a uma livraria, folheia umas páginas (é de leitura muito fácil) e vê o que achas. O Ha-Joon Chang é heterodoxo, e crítico do liberalismo económico (coisa que, pelas tuas posições políticas, estarás minimamente a favor), mas é bacano ter uma mente aberta nestes assuntos e conhecer pelo menos as diferentes opiniões que existem, já que a economia não é uma área lá muito exata.


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MensagemEnviado: 28 Set 2018, 22:00 
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Kronos! Obrigado. Vou informar-me melhor sobre o livro e provavelmente mando vir mesmo que não leia já.
Não é que não goste de economia, mas quando tenho tempo prefiro ler sempre algo sobre ciência, que é mais do meu gosto e percebo o básico facilmente.


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MensagemEnviado: 29 Set 2018, 21:07 
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Eu acredito que Economia a sério não seja assim, mas pelo menos a Economia que nos ensinam na escola é uma cagada em que chegam a haver 3 páginas do manual que explicam a mesma matéria, só mudam as palavras e os esquemas.


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MensagemEnviado: 01 Out 2018, 22:36 
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Sadinus Escreveu:
Eu acredito que Economia a sério não seja assim, mas pelo menos a Economia que nos ensinam na escola é uma cagada em que chegam a haver 3 páginas do manual que explicam a mesma matéria, só mudam as palavras e os esquemas.

Claro que não, economia a sério é mais tipo isto.
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Mais a sério, basta ler o Economia numa lição do Henry Hazlitt que até uma criança de 10 anos é capaz de entender e ficas a saber o suficiente de Economia para o resto da vida.



zeduarte 10 Escreveu:
Porquê?

Porque o Lehman não causou porra nenhuma. A balela repetida Ad infinitum que foi essa a causa da crise é a resposta politicamente correcta das classes políticas de modo a varreram as borradas internas para debaixo do tapete. Se o Lehman foi de facto a raíz do problema porque é que uma década tens duas dúzias de Lehman's bem piores e os efeito sandbag nas economias continuam mais altos que nunca. Faz tanto sentido dizer que o Lehnman é a causa da crise como dizer que o espirro é a causa de uma pneumonia.

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MensagemEnviado: 01 Out 2018, 22:47 
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Hugo Contador Escreveu:
Mais a sério, basta ler o Economia numa lição do Henry Hazlitt que até uma criança de 10 anos é capaz de entender e ficas a saber o suficiente de Economia para o resto da vida.

"A magnificent job of theoretical exposition." — Ayn Rand

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:


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MensagemEnviado: 01 Out 2018, 23:03 
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Kronos Escreveu:
Hugo Contador Escreveu:
Mais a sério, basta ler o Economia numa lição do Henry Hazlitt que até uma criança de 10 anos é capaz de entender e ficas a saber o suficiente de Economia para o resto da vida.

"A magnificent job of theoretical exposition." — Ayn Rand

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Não sei qual é a piada, não tens outro livro que após 70 anos do lançamento continue a explicar mais 20 lições aplicadas de política económica de um modo perfeitamente acessível e que ainda se aplicam na sua grande maioria aos dias de hoje.

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MensagemEnviado: 01 Out 2018, 23:09 
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Está bem rapaz, mas diz ao menos ao que vens, que como eu já disse a economia não é uma ciência exata (senão ninguém discutia nada).


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MensagemEnviado: 01 Out 2018, 23:33 
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Kronos Escreveu:
Está bem rapaz, mas diz ao menos ao que vens, que como eu já disse a economia não é uma ciência exata (senão ninguém discutia nada).

O que tu disseste é um bocado de treta que só serve para disseminação de valentes balelas.
O núcleo da teoria económica é composto de conceitos a priori que são validados por contemplação ao invés de por investigação empírica é por isso que praticamente tudo o que lá diz continua a acentar como uma luva nos dias de hoje.
E se achas que por exemplo discutes a utilidade marginal do Menger então não passas de mais um idiota útil.

E é engraçado falares do que um gajo vem depois de citar a comédia do Chang que é um personagem que defende proezas como as políticas industriais que foram o centro da crise do sudoeste asiáticos nos anos 90 e de conseguir a proeza de ser heterodoxo numa área em que já não há nada para avanaçar como o Desenvolvimento Económico. :lol:

Pega lá num capítulo do livro e discute-o aqui, então.

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MensagemEnviado: 02 Out 2018, 09:53 
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Hugo Contador Escreveu:
Kronos Escreveu:
Está bem rapaz, mas diz ao menos ao que vens, que como eu já disse a economia não é uma ciência exata (senão ninguém discutia nada).

O que tu disseste é um bocado de treta que só serve para disseminação de valentes balelas.
O núcleo da teoria económica é composto de conceitos a priori que são validados por contemplação ao invés de por investigação empírica é por isso que praticamente tudo o que lá diz continua a acentar como uma luva nos dias de hoje.
E se achas que por exemplo discutes a utilidade marginal do Menger então não passas de mais um idiota útil.

E é engraçado falares do que um gajo vem depois de citar a comédia do Chang que é um personagem que defende proezas como as políticas industriais que foram o centro da crise do sudoeste asiáticos nos anos 90 e de conseguir a proeza de ser heterodoxo numa área em que já não há nada para avanaçar como o Desenvolvimento Económico. :lol:

Pega lá num capítulo do livro e discute-o aqui, então.

Eh pá, já paravas de chamar idiota à malta.

Podes explicar a parte da contemplação? É que lá está, a forma de fazer economia pressupõe também uma abordagem inicial que tem uma grande base filosófica. Decerto que neste mundo nem toda a gente concorda com ela (e é por isso que eu te peço para a explicares, dado que não entendi bem o teu ponto).

Quanto à crise do Sudeste Asiático, a explicação que eu aceito é a do grande influxo de capitais estrangeiros, que traz enormes quantidades de crédito e financia a procura, até que um dia a brincadeira acaba, o fluxo vai embora, a moeda deprecia, juros sobem, dívida aumenta de valor, crise, etc.
Tu podes (e vais) ter outra explicação, e são visões discordantes como as há muito na economia (basicamente toda a ideia do início da minha intervenção! Quem não percebe um bocadinho de economia não retém nada do teu post). Tal como há muita gente a discordar do Menger e dos austríacos em geral. Pessoalmente acho que há conceitos importantes deles a reter, como toda a questão da ausência de informação, mas as suas teorias provêm de contextos históricos específicos, que são precisos ter em conta. Nada explica tudo...


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