Membro de Platina |
|
Registado: 14 Jul 2009, 21:07 Mensagens: 13328
|
Hoje entrevistamos Walter Morgan, General Manager da equipa Skydive Dubai, equipa profissional de ciclismo criada em 2014 e que tem tido uma quota de ciclistas originários dos Emirados. O plantel foi divulgado há poucos dias, e o calendário compreende provas em vários continentes.
Está satisfeito com o plantel à sua disposição? Dentro daquelas que são as nossas limitações, quer ao nível do orçamento quer ao nível do estatuto da equipa e da sua base, não me posso queixar. Estou satisfeito com o plantel.
Quais serão as principais armas da equipa? Nas minhas equipas todos os corredores têm, ao longo do ano, as suas oportunidades para correrem para um bom resultado. Mas naturalmente na equipa há ciclistas de quem eu espero mais ao longo da época, até porque têm um nível de qualidade reconhecido por toda a gente.
Fala de…? Falo por exemplo do Santaromita que vai fazer a sua primeira época connosco. Toda a gente sabe que é um ciclista que anda relativamente bem no terreno montanhoso, e é aí que espero que tenha resultados. E o mesmo se aplica ao Paco Mancebo, que apesar da idade continua em excelentes condições. Um profissional de fazer inveja a muitos ciclistas que ganham milhões.
E Palini? O Andrea Palini será a nossa aposta para as chegadas ao sprint, e acredito que no final da época contará algumas vitórias e certamente bons resultados.
A sua equipa contém vários ciclistas marroquinos, argelinos, tunisinos, dos emirados. Países que não têm tradição na modalidade. A aposta vai manter-se? Sim. A aposta faz parte de um plano da nossa equipa em parceria com o Governo local, e vamos trabalhar para desenvolver o ciclismo na região. O que não quer dizer que não contratemos ciclistas estrangeiros, porque mentiria se dissesse que podíamos ser competitivos, atualmente, só com ciclistas dos países que referiu.
Olhando para o calendário conhecido da equipa. Este ano não participam na Tropicale Amissa Bongo, uma corrida em que têm tido bons resultados nos anos transatos. Porquê? Essencialmente devido a alguns problemas logísticos que não conseguimos resolver atempadamente, mas também por razões desportivas. Tendo nós recebido um convite para a Argentina, achámos que não conseguiríamos apresentar-nos competivivos em duas corridas em simultâneo. A nossa recaiu pelo Tour de San Luis. Provavelmente em termos desportivos não teremos os resultados que teríamos na Tropicale, mas penso que foi a decisão correta.
Vão fazer várias provas na região dos Emirados. Quais as expectativas? Nessa provas participam algumas das melhores equipas do mundo, o que desde logo quer dizer que a probabilidade de obter bons resultados diminui. Mas vamos para todas as corridas com o objetivo de deixar tudo da estrada, se não fôr possível lutar por etapas ou pela geral, procuraremos ir para as fugas e discutir classificações secundárias. Procurar dar das vistas para mostrar as cores do nosso patrocinador.
A equipa vai disputar várias corridas em Portugal, correto? Sim, é verdade. Fomos convidados pela Federaão Portuguesa de Ciclismo, e vamos participar em algumas corridas. O pelotão não terá o nível das provas dos emirados, e temos a ambição de discutir a vitória em algumas dessas provas.
Com o Edgar? O Edgar Pinto é um ciclista de muita qualidade, e sendo português terá liberdade para tentar vencer. Mas não será a nossa única arma.
O patrocínio da Skydive Dubai termina em 2019 segundo se sabe, qual é o objetivo para os anos vindouros? Os patrocinadores já fizeram saber que querem subir ao escalão acima, Profissional Continental, já em 2017 ou, não sendo possível, em 2018. E para isso temos de mostrar resultados neste ano, e no próximo. Uma eventual subida de escalão permitir-nos-à um reforço do plantel. E com a subida de escalão passamos a ter legitimas aspirações a participar em algumas das provas mais conceituadas.
E o orçamento da equipa vai manter-se em 2017, ou está acordado um aumenta do investimento dos patrocinadores? Oficialmente não há qualquer acordo nesse sentido, mas informalmente temos tido indicações que poderemos ter um orçamento mais elevado já em 2017. O que olhando para as épocas que temos vindo a fazer não é surpreendente.
Ainda estamos no inicio da época, mas tem algum nome sonante em vista para reforçar a equipa? [Risos] Tenho, mas não lhe vou dizer.
Infelizmente, falar de ciclismo é falar de doping. O Mancebo teve implicado em casos de dopagen. Qual a sua visão disso? Nós conhecemos bem o Mancebo e todos os corredores da equipa e a confiança nesse aspeto é máxima. O passado do Paco não pode ser apagado, mas só quem não lida atualmente com ele pode sequer insinuar algo relacionado com doping. De resto, a equipa tem implementada uma politica muito rígida no que diz respeito aos controlos interno, e nos contratos de trabalho dos ciclistas está regulamentado o que acontece em hipotéticos casos de doping. Mas reitero, temos a confiança máxima em todos os corredores.
Acumula o cargo de General Manager da Skydive Dubai com o de Selecionador Italiano, é fácil desempenhar as duas funções? Não é difícil. Enquanto Selecionador da Itália não tenho de estar em permanência em Itália, pelo que posso estar quase sempre com a nossa equipa da Skydive. E mesmo que não esteja, há uma estrutura bem definida, e a minha ausência não é problema. As alturas em que estou no terreno enquanto Selecionador basicamente são nos Campeonatos do Mundo e Europeus, Jogos Olimpicos quando os há, e também em várias das provas em que participam as nossas seleções sub 23 ou de júniores. É tranquilo
Obrigado pela entrevista, Walter.
|
|