Reflexo sem Nexo |
Membro de Platina |
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Registado: 13 Jun 2012, 21:42 Mensagens: 11888 Localização: Lordelo
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Thymen ArensmanQual é a tua primeira memória de uma corrida de ciclismo? Toda a minha família teve ligações ao ciclismo, desde os meus pais, primos, tios e até o meu avô. Eu desde pequeno comecei então a ambientar-me ao ciclismo e desde o princípio que adorei a modalidade.
Quando é que decidiste ingressar na carreira do ciclismo profissional? Eu ainda não decidi se me vou tornar profissional, obviamente que gostaria de o ser, mas muita coisa ainda pode acontecer. Eu estou na Universidade e também a quero terminar, portanto não sei se vou ou quando me vou tornar profissional. De realçar, que quero terminar a Universidade em 3 anos.
Ainda que sejas bastante novo e tenhas uma longa carreira pela frente, o que pensas fazer quando chegar a altura de "pendurar" a bicicleta? Eu estou a estudar História na Universidade e gosto bastante. Não tenho a certeza do que gostaria de fazer quando tiver de pendurar a bicicleta, mas será seguramente algo entre História ou continuar ligado ao ciclismo.
Quando era jovem, quais as suas maiores referências no ciclismo internacional? E quanto a referências no presente? Em jovem sempre fui fã de Cyclocross, portanto posso destacar o Sven Nys e o Lars Boom. Neste momento não sou fã de alguém em particular, mas gosto do estilo de correr do Tom Dumoulin.
Qual é o teu melhor amigo dentro do pelotão? Sinceramente eu não tenho um melhor amigo dentro do pelotão, facilmente falo com qualquer corredor e não tenho uma má relação com alguém em particular. Mas tendo de destacar alguém, talvez os meus próprios colegas de equipa e seja essa boa comunicação que nos está a dar bons resultados.
Preferes treinos sozinho ou acompanhado? Eu treino praticamente sempre sozinho.
Qual é a subida mais difícil em que já correste/treinaste? Para já ainda não fiz uma elevada quantidade de subidas com algum grau de dificuldade, mas destaco o lado norte do Col du Galibier.
Qual foi o país em que mais gostaste de competir até hoje? E em qual gostarias mais de competir? Gostei bastante dos Campeonatos do Mundo na Noruega em 2017, um país espectacular e com paisagens muito bonitas. Gostaria de competir em Espanha, na Suécia e no Reino-Unido porque até hoje ainda não tive essa oportunidade.
Depois de mais de 30 anos sem vitórias em GT, que impacto é que a recente vitória do Tom Dumoulin no Giro, e suas recentes performances têm em si, e nos jovens ciclistas holandeses? Eu não penso que a vitória do Tom Dumoulin me tenha afectado pessoalmente, mas considero que aquela vitória no Giro mudou muito a mentalidade do fans holandeses. Agora existe um maior interesse nas corridas de provas por etapas e depois do 2º lugar que tive no Avenir, é expectável que depositem algumas esperanças em mim para o futuro.
Tendo tu obtido excelentes resultados nos dois tipos de corridas, consideras-te um voltista ou um especialista em clássicas? Para ser sincero não te sei responder. Devido à minha aparência (alto e magro) é fácil associar-me a um perfil de trepador/voltista, mas como também pratico cyclocross, tenho alguma destreza nas corridas de um dia. Veremos o que me reserva o futuro.
Qual é o teu grande sonho enquanto ciclista? Primeiro de tudo gostaria de tornar-me profissional. Em relação a corridas gostaria de ganhar uma das grandes voltas ou o Paris-Roubaix. Se conseguisse apenas uma destas corridas que enumerei já seria fantástico.
Qual o resultado mais importante da sua carreira até agora? O 2º lugar na geral final do Avenir e o 3º lugar no Paris-Roubaix U23.
Ficaste satisfeito com a tua prestação no Tour de Avenir? Definitivamente fiquei bastante feliz com o meu resultado no Avenir. Como Sub23 de 1º ano, 18 anos apenas e terminar em 2º lugar na maior corrida para Sub23, foi fantástico!!
É justo afirmar que és uma das grandes promessas do ciclismo mundial, pensaste que alguma vez irias atingir este estatuto? Sinceramente nunca pensei nisso. O ciclismo para mim sempre esteve ligado ao pedalar por prazer e divertimento e quero levá-lo dessa maneira.
Que visão tens sobre o ciclismo português? Eu sei que existem alguns profissionais com bastante qualidade como o Rui Costa e o José Gonçalves. Relativamente a jovens também estão a aparecer alguns talentos, como o meu colega Tiago Antunes, os gémeos Oliveira ou o João Almeida.
Salvo erro já li que te consideras um corredor bastante idêntico ao Dumoulin e durante o Avenir deu para comprovar um pouco isso. Demonstras ser o tipo de corredor que vai ao seu ritmo subida acima e sem grandes variações de ritmo ou estou errado? No que toca ao contra-relógio individual, pensas que também és forte ou neste capítulo não és tão forte como o Tom Dumoulin? Eu não acredito que tenha as mesmas características que o Tom Dumoulin, sou apenas eu. Agora confirmo que gosto de subir ao meu próprio ritmo e também sou forte no contra-relógio, embora agora não esteja a evoluir muito neste aspecto. Não tenho muito tempo para treinar na bicicleta de contra-relógio e isso é fundamental para atingir um nível alto, mas isto é tudo parte do meu processo de aprendizagem e estou disposto a dar o meu melhor, para continuar a evoluir.
Estás contente com a tua época de estreia em Sub23 e consideras que te excedeste a ti próprio, ou partiste para esta época já com o intuito de andar com os melhores do teu escalão mesmo sendo ainda de 1º ano? Estou bastante satisfeito com a minha época de estreia em Sub23. Sabia que era possível apontar a alguns resultados interessantes como Top15 no Avenir, mas nunca ao 2º lugar. Também aprendi muito sobre mim próprio e com o conhecimento adquirido tornei-me um corredor melhor.
Será que podes destacar mais três atletas holandeses que aches bastante promissores e que a teu ver têm condições para brilhar no ciclismo mundial? O meu colega Dan Hoole esteve muito forte no 1º ano de Sub23. O Ide Schelling que também é meu colega, teve uma boa época e penso que tenha futuro, sendo um corredor bastante versátil à imagem do Dan Hoole. Existem bastantes ciclistas holandeses com talento, sendo a maioria já deles estagiários em boas equipas ou inclusive alguns com contrato WorldTour.
Partes para Insbruck com o objectivo de chegar às medalhas na prova de estrada/itt ou vais sem grande pressão para os campeonatos do mundo? Como ciclista tu queres sempre ganhar mas eu não vou para Insbruck com a pressão de ter de provar algo, ainda tenho 18 anos e sou apenas Sub23 de 1º ano. Quero essencialmente testar-me nas subidas e o resultado que aparecer será bem aceite da minha parte.
Aparentemente a tua continuidade na SEG parece estar assegurada para a próxima época, já tens em mente quais os teus grandes objectivos para a próxima época ou ainda é muito cedo para sequer pensares nisso? Primeiro de tudo eu quero fazer a época de CX depois dos mundiais em Insbruck. Depois disso é que irei preparar a minha época de 2019.
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