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MensagemEnviado: 15 Jan 2016, 12:47 
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Finalmente aqui fica a entrevista ao JorgeMiguel, um dos nossos mais famosos ciclistas do tasco e claramente um dos membros mais conhecedores dos mais diversos meandros da modalidade. O o seu know-how e as mais variadas "connections" a nível nacional trazem-nos uma relevante mais valia para esta comunidade. :)


Como descobriste o ciclismo e o amor pela bicicleta?
Devo muito aqueles meus colegas porque se não fossem aquelas voltas na altura provavelmente nunca tinha sequer passado daquele nível e ainda hoje dava uma volta de 20km e chegava a casa morto, indo ao foco da pergunta é difícil explicar isso mas eu costumo dizer que quem anda sabe o porquê de gostar tanto disto, quer seja pelas paisagens, pelos momentos de superação própria ou mesmo pelo convívio e novas amizades que fazes, muitas das vezes é isso que te faz querer mais e não desistir mesmo quando vais a sofrer e só te apetece desmontar da bicicleta e atirá-la para qualquer lado mas lembras-te que não estás sozinho e que com força de vontade vais superar o objectivo que definiste por mais complicado que ele seja.

Quando é que te começaste a dedicar ao ciclismo?
Tinha ido para o 10ºano e conheci alguns colegas novos que iam andar para o monte e estrada mas nada demais, aquelas voltas pequenas só para passar o tempo ainda nem bicicleta de estrada tinha. Contudo a partir dali as coisas foram evoluindo, cada vez aquelas voltas iam sendo maiores só que começava a desanimar por causa da bicicleta (já tinha vários problemas e os meus colegas já tinham adquirido de estrada), no início do 11ºano e como o meu pai viu que gostava daquilo decidiu dar-me a bicicleta que tenho hoje e posso afirmar que foi a partir daí que começou mais a sério, as distâncias foram evoluindo, mais voltas em grupos que já tinham outro ritmo e foi basicamente assim que tudo começou.

De que forma entraste no ciclismo de formação?
Foi mais por vontade própria e para ver no que dava, tinha curiosidade em experimentar e acho que ia sempre ficar com aquele peso na consciência se nunca tivesse entrado, a partir daí foi ver a equipa mais perto da minha zona e foi assim que tudo começou.

Quão caro fazer ciclismo? Achas que isso é algo que impede malta mais desfavorecida de praticar, ao oposto do que acontece por exemplo com o futebol?
É um desporto que sai caro é verdade, basta teres algum azar e podes gastar logo bom dinheiro quer seja em rodas e para não ir tão longe só para teres já o essencial quer a nível de equipamento que é preciso já gastas um bom dinheiro desde vestuário a capacete e etc. Quanto ao segundo lado da questão por um lado até que concordo mas por outro acho que não, fico ali no meio e sinceramente não te sei responder com certeza, o ciclismo é caro e impede provavelmente algum pessoal de praticar que até gostava mas também não vejo isso motivo para se refugiar no futebol, algumas equipas acho que mesmo a maior parte emprestam bicicletas para treinar e correr, o grande problema a meu ver é a falta de divulgação do ciclismo o que invalida muita gente a tentar pelo menos a sua sorte, acho que também existe uma grande falta de procura em relação a escolas de formação por parte de jovens/familiares, um pai se nascer um rapaz a não ser que já tenha ligação ao ciclismo, nunca vai dizer que o puto tem de ser o craque das duas rodas mas sim que quer que seja o craque da bola.

Que tipo de dieta levas?
Não sou de comer pouco nem muito, simplesmente evito fritos e ao contrário de muita gente não gosto de McDonalds, como bastantes vezes ao dia e claro que durante este ano aprendi bastante ao nível da alimentação, antes ainda das refeições sou adepto da sopa e para mim é tudo uma questão de hábito, também não vou muito em refrigerantes e bebo sempre água durante e fora das refeições. Um ciclista por norma em determinada altura pode “passar fome” mas também não o é o ano todo, apenas evita o que faz mais mal e come muito há base de comidas não calóricas.

Alguma vez pensaste em levar o ciclismo mais a sério no futuro?
Até ao momento em que não tinha passado ao nível da formação não, mas a partir daí senti-me triste por nunca ter tentado mais cedo, podia não ser um corredor de topo ou até mesmo nem dar nada mesmo que tivesse começado mais cedo mas acho que com força de vontade e dedicação podia ter chegado a Sub23 e a partir daí via mais a sério como ia evoluindo, agora apenas entrando com 18anos na modalidade nunca me iludi e sabia que não chegaria a profissional.

Qual foi a principal razão de saíres da equipa no final da época?
Este ano já não iria ser júnior mas sim Sub23-J, não valia a pena andar a fazer uma época que em nada tinha interesse para mim, era algo que me ocupava muito tempo quer a nível de treinos e provas e decidi que não valia a pena andar praticamente um ano nesta situação.

Já te aconteceu algo caricato/embaraçoso em treinos ou corridas?
Que me lembre não, a única situação mais fora do normal que nem é nada demais foi num dos treinos pré-volta que quando olhei para as pernas numa paragem que tivemos estavam repletas de óleo, nada que não aconteça mas também não me recordo de nada assim mais estranho.

Quais são as tuas primeiras memórias do ciclismo enquanto espectador?
No início apenas via a Volta esporadicamente, esta passava muito pela minha terra e ia quase sempre ver e acompanhava depois as restantes etapas na televisão, acompanhava provas como o GP Rota dos Móveis e outras que como referi também acabavam ou passavam aqui na zona mas via sem aquele entusiasmo era mesmo para passar o tempo nada mais. O despoletar provavelmente foi na etapa do Tour de 2007 na vitória do Contador em Plateau de Beille, até aqui foi sempre algo sem grande interesse mas quer pelo ambiente no Tour de adeptos e pela diferença em relação ao nível da corrida comecei a acompanhar mais, mas fiquei-me pelo ver só começando a experimentar em idade bem mais avançada.

Que ciclista mais admiras? Qual é o melhor conselho que tens para dar a quem está agora a começar?
O ciclista que mais admiro de todos é o Contador, foi por ele que comecei a ver ciclismo e sem dúvida é o meu ídolo, diria mesmo que é um modelo para mim, mais recentemente também comecei a admirar o Esteban Chaves pelo que fez e acho que também pode chegar ainda mais longe o colombiano. Para os iniciantes essencialmente é para não desistirem ao primeiro obstáculo ou falhanço que vão ter, eu próprio já os tive (como toda a gente) e sei que custa, a evolução vai ser longa e dura mas no fim gratificante, o ciclismo é duro e muitas vezes desistir pode parecer o caminho mais fácil mas para quem desiste fica sempre aquele pensamento de falhanço e fracasso.

Qual é para ti o ciclista português mais promissor?
A nível dos Sub23 destaco três, o Rui Carvalho, Rúben Guerreiro e Joaquim Silva, acho que são os melhores naquele escalão e terão um futuro risonho, dos que correram comigo destaco outros três novamente, André Carvalho, João Almeida e Jorge Magalhães, muita qualidade caso a evolução deles não estagne e acho que isso não vai acontecer.

O que achas do acompanhamento que é feito ao ciclismo nacional, especialmente ao ciclismo jovem, que é feito aqui no Fórum?
Acho que o ciclismo jovem podia ter mais enfâse mas também é normal porque pouca gente acompanha mas acho que se este fosse mais explorado aqui pelo fórum era uma mais-valia, quanto ao resto apenas tenho de dar os parabéns ao fórum pela forma como divulgam e pelas excelentes iniciativas tomadas no que respeita ao ciclismo nacional e internacional.

O que achas dos membros do fórum PCM relativamente à prática de ciclismo?
São todos muito preguiçosos (risos), temos poucos que praticam regularmente e um que está a começar (Tó), era capaz de esperar mais adesão visto se tratar de um fórum de ciclismo mas nem todos podemos ter os mesmos hobbies, ainda por cima sabendo que o ciclismo não é nada fácil e mais pessoal até já pode ter experimentado dar umas voltas mas depois de chegar a casa empenados já não querem ver mais a bicicleta à frente.

Estás a pensar participar em grandfondos em 2016?
Este ano devo ir ao Douro portanto vejam se estão em forma, contudo não vou ao grandfondo mas sim ao mediofondo.

Achas que o admin aqui do tasco consegue escapar do último lugar no minifondo do Douro em 2016?
Estou confiante numa boa prestação do admin, basta começares a ir treinar mais vezes para a Assunção que ficas como o aço.

Obrigado e é um prazer ter sido escolhido para esta entrevista, votos de um bom 2016 ao fórum!
“It never gets easier you just go faster”



Um obrigado especial ao Jorge pela disponibilidade (e paciência)! :D

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MensagemEnviado: 15 Jan 2016, 17:52 
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Vejo grande expectativa nas prestações do Tó.
Não sabia que tinhas começado tao tarde, deve haver malta que com 10 anos já anda por aí a subir muros não?


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MensagemEnviado: 15 Jan 2016, 17:58 
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10 anos, diria que já dão umas voltas de 1h mas orientados pelos treinadores que vão com eles. Alí a partir dos 14 ou 15 anos é que se tornam mais independentes, e os pais começam a deixá-los ir para a estrada sozinhos ou com os colegas de equipa.

Por acaso é algo que penso às vezes se tivesse um filho desta idade 14/15/16 anos, e o deixasse ir sozinho fazer uma centena de km. É de ficar com um aperto no coração.


Editado pela última vez por Bernardo_ em 15 Jan 2016, 19:08, num total de 1 vez.

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MensagemEnviado: 15 Jan 2016, 18:17 
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Excelente Entrevista.

Em tempos fui como o Jorge, chegava ao fim da minha época e tinha o hábito de fazer uns 15-20 km aqui por Coimbra. Hábito que perdi por me terem roubado a minha bicicleta. :cry: Nunca dei o salto, nem pensei em dar sinceramente porque jogo futebol a nível federado e não há tempo para tudo.

Mas ao ler a tua entrevista fiquei com uma enorme vontade de cometer uma loucura e comprar uma bici nova para sofrer nestes muros Conimbricenses. Só que depois penso nos finos que podia beber com esse dinheiro e penso duas vezes. :P


@Diogo28 , lembro-me de ver um vídeo de um puto de 9 ou 10 anos a subir com o Armstrong uma montanha qualquer com uma facilidade tremenda, não encontrei isso mas encontrei este video.


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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 10:22 
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Dando seguimento a este estilo de entrevistas, o próximo a ser entrevistado será o Bernalve, podem desde já colocar as questões, a data limite será até às 24 de Domingo podendo a mesma ser alargada caso se registem ainda poucas perguntas.

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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 14:15 
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Como surgiu o teu gosto pelo ciclismo?

Como começaste a praticar a modalidade de forma mais regular?

Que objectivos pessoais, a nível de Grandfondos ou outras provas, tens para este ano?

Que conselhos darias a quem se quer iniciar na modalidade de uma forma mais activa?

Qual foi a melhor sensação que tiveste em cima da bicicleta?

Qual foi o momento mais duro que tiveste de enfrentar?

(to be continued...) :P

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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 14:18 
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Como foi treinar num grupo com o Paulo Martins? Falaste com ele?
Com que ciclista profissional te identificas mais quanto às características/maneira de correr?


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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 14:35 
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Qual foi o teu pior e melhor dia numa bicicleta?

Que objetivos a nível de resultados e kms tens para 2016?

Enquanto ciclista gostas de alguma "competição" nas voltas em grupo ou preferes apenas ir num ritmo alto mas sem ataques?

Qual o teu maior defeito e a tua maior qualidade enquanto ciclista?

Qual o teu local preferido para treinos?

És capaz de aguentar bem o sofrimento ou achas que ainda te falta trabalhar essa "capacidade"?

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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 14:38 
TEIKIRIZE?
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Naqueles dias em que está um frio do caraças e o que apetece é estar na cama o que te faz ir andar de bicicleta?

Para além de gostares de ciclismo pareces ser também um grande alucinado por bicicletas, qual era a tua máquina de sonho?

Como é subir à Torre?

Já treinaste com o Paulinho, o gajo está mesmo careca?

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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 15:52 
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Como tiveste a ideia da NCL?


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MensagemEnviado: 22 Jan 2016, 18:41 
Penta no Tour
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Registado: 28 Mai 2012, 18:05
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Qual foi a pior subida por onde passaste? E a com maior altitude?

Salvo erro já jogaste hóquei, certo? Como começaste esta modalidade?

Porque deixaste de jogar?

Apesar dos bons resultados das equipas portugueses e da seleção em provas estrangeiras, achas que o hóquei nacional está a desenvolver-se bem?


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MensagemEnviado: 24 Jan 2016, 18:12 
Ciclista sub-23
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Registado: 21 Mar 2015, 13:09
Mensagens: 493
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Qual a Tua equipa Preferida Portuguesa e estrangeira?
Qual a equipa Portuguesa que mais gostas?
Qual a subida que mais gostaste de subir?


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MensagemEnviado: 24 Jan 2016, 18:40 
Brevemente a curar os "dementes" diagnosticados pelo Dinli
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Registado: 16 Ago 2009, 20:53
Mensagens: 10589
Localização: Está a ver a rotunda? Então você segue, segue, segue, segue...
DanielNorte Escreveu:
Qual a Tua equipa Preferida Portuguesa e estrangeira?
Qual a equipa Portuguesa que mais gostas?
Qual a subida que mais gostaste de subir?


Redundância não? :mrgreen:

Dos ciclistas profissionais (ou ex-profissionais) com que já treinaste qual te pareceu mais acessível, e pelo contrário, mais arrogante?

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Nunca serás esquecido, Pedro Peixoto aka Robbie Contador (1992-2011)!!


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MensagemEnviado: 25 Jan 2016, 10:44 
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O tempo para colocar as questões terminou, assim que o Bernalve responder a tudo as mesmas serão colocadas aqui :D

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MensagemEnviado: 30 Jan 2016, 17:26 
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Entrevista a Bernalve, aka Bernardo Alves

Como surgiu o teu gosto pelo ciclismo?

Foi surgindo... Lembro-me em 2004 de ver uma etapa com chegada a Plateau de Beille no Tour onde o Voeckler estava de amarelo e tudo fez para manté-la contra o Armstrong. Naquela altura, como não percebia nada de ciclismo pensei mesmo que o Voeckler tinha ganha a Volta a França.
Apesar de algum interesse do meu pai por ciclismo, raramente se interessa pelas corridas que dão na televisão, mas todos os Verões em pleno Agosto depois da praia, punha na RTP para ver o que se andava a passar na Volta. Lembro-me de seguir várias Voltas a Portugal. Das lutas diabólicas do Candido Barbosa para finalmente atingir o 1º lugar, foi o que mais me marcou, e o que me fez mesmo gostar de ciclismo. A Volta de Potugal de 2007 foi para mim a melhor edição que vi, ganha pelo Xavier Tondo, um ciclista de uma humildade e classe tremenda, infelizmente já cá não está. O Cândido Barbosa nessa edição esteve muito perto da vitória, e se não foi em 2007 que ganhou, nunca mais ia ganhar, foi o seu melhor ano como “trepador”. Mas antes desta Volta, o bicho pelo ciclismo já cá andava. Em 2006 lembro-me de comentar com a minha mãe que o Landis andava dopado depois da mega recuperação naquela etapa épica, e confirmou-se. E esta frase que afirmei naquela altura não tinha fundamento nenhum e foi mais uma tirada de um tipo que queria que fosse o Oscar Pereiro a ganhar o Tour desse ano ahaha. Mas o ano em que o ciclismo visto pela televisão se tornou quase uma obrigação foi mesmo em 2008, depois de ter visto a vitória do Contador com aquelas exibições contra o Rasmussen e Volta a Portugal de 2007, fiquei viciado neste desporto.




Como começaste a praticar a modalidade de forma mais regular?

Semprei andei de bicicleta desde pequeno. Antes de gostar de ciclismo, gostei de andar de bicicleta. Desde dos meus 5/6 anos, já andava bastante de bicicleta com rodinhas na Terra dos meus avôs. Foi a minha mãe que me ensinou andar de bicicleta sem rodinhas. Uma bicicleta do Dragon Ball, que tinha o Son Goku em SSJ3 desenhado no quadro. Que cena!!! Tenho pena que essa bicicleta já tenha ido para o lixo. Se ainda a tivesse estava neste momento a fazer de mobília no meu quarto ehehe. Adiante, com essa bicicleta já fazia uma “carrada de km” e subidas na Terra dos meus avôs. No Algarve tinha uma BMX oferecida pelo meu pai, andava com ela lá às voltas na rua e arredores. Até à compra da primeira bicicleta de estrada em 2011, ia andando pricipalmente nas férias com os amigos e sozinho às vezes. E não é para me gabar, mas tinha muita facilidade a andar de bicicleta comparativamente com os meus amigos. Não só andava mais vezes que eles, como também jogava hóquei, estava “sempre em forma”. A compra da bicicleta de estrada da btwin em 2011 veio mudar um pouco as coisas. No inicio tive alguma dificuldade em adaptar-me ao guiador e ao prato de 50 dentes. E só conseguia andar regularmente durante as férias por causa do hóquei e escola. Foi no Algarve que durante as férias, lá me fui adaptando à bicicleta de estrada que ao inicio consegue ser mesmo uma adaptação fisica um bocado violenta. Quando deixei o hóquei, comecei a andar mais regularmente, e a perceber melhor a mecânica da coisa, comecei a investir o meu pouco dinheiro “nas bicicletas” até comprar agora uma nova da Canyon.



Que objectivos pessoais, a nível de Grandfondos ou outras provas, tens para este ano? Que objetivos a nível de resultados e kms tens para 2016?

Eu acabei o Mediofondo das Aldeias do Xisto de 2015 com a confiança em alta, porque essa prova realmente correu-me bem, mas também tive muito tempo para treinar no Algarve, foi quase um estágio de 1 mês, onde as condições são perfeitas. Agora já tenho novamente os pés mais assentes na Terra. Podia pensar em objectivos como top5 ou top10, mas isso ainda é algo muito difícil. Mesmo numa prova amadora, quem anda lá na frente anda mesmo muito, não são profissionais, mas andam e atacam quase ao nível deles. E estou na fase que vou só tentar defender-me o máximo possível na rodas deles, e depois é o que for. Vai ser assim agora nas 3 provas que vou ter no Algarve e depois no Douro. No Verão tenho de inventar ainda um objectivo em modo randonneur (pesquisem no google). Em 2015 fui de Lisboa ao Crato de bicicleta para ir lá ao festival. Em 2016 só capaz de fazer o mesmo ou parecido, se calhar em vez de 200 km, podem ser 300 km para descobrir novos sítios, estradas e caminhos. Quando ando de bicicleta sem objectivos de treino, o meu único objectivo é descobrir novas estradas, novas subidas, sem stresse´s de ritmo. Voltando novamente às provas, em Setembro devo voltar a participar na corrida do Autódromo de Estoril, com o objectivo de melhorar a classificação, fui 23º. Depois vou novamente participar no Medifondo das Aldeias do Xisto que finalmente vão ter um percurso diferente!!! Em Outubro vou participar no da Arrábida onde espero que esteja em forma para ir na roda do Filipe Madeira e ficar à frente dele, se ele for novamente 3º como no ano passado, quer dizer que ficava em 2º ahaha.

Que conselhos darias a quem se quer iniciar na modalidade de uma forma mais activa?

Muita calma acima de tudo. Não me agrada ver pessoal que começa a andar de bicicleta mais regularmente com objectivos de irem para provas para discutir os primeiros lugares, que no 1º ano é impossível. Quem entra no ciclismo e começa a treinar, começa a evoluir gradualmente, a pouco e pouco. E essa evolução demora anos. Um amador como eu e como é toda a gente, está sempre a aprender e a melhorar fisicamente. Aquela cena dos picos de forma, nem alguns profissionais sabem o que é isso, quando mais nós amadores. O melhor conselho que posso dar, é deixar que a bicicleta nos leve a sitios bonitos e as estradas novas com o intuito de apreciar a vida, sem ser preciso pegar naquela bugiganga abulante que é o carro. Quanto às provas, só não recomendo estar muito tempo parado ou andar poucas vezes e ir para uma prova daquelas que têm uma distância e desnível grande.

Qual foi a melhor sensação que tiveste em cima da bicicleta? Qual foi o teu melhor dia numa bicicleta?

Tive três recentemente.
Fiquei feliz quando cheguei ao Crato o Verão passado, depois de percorrer 215 km com uma mala às costas sozinho, saído de Lisboa, passando o Tejo pela ponte em Vila Franca de Xira e a pouco e pouco fui entrando no Alentejo até chegar ao Crato. Quando estava a chegar senti um enorme orgulho em mim, pensava para mim que isto realmente foi um boa ideia e que correu tudo bem e que não estava cansado. Pensava para mim ambém, que se calhar faria mais uns 200 km a este ritmo. O Alentejo é um lugar maravilhoso e único. Do melhor que há em Portugal. A outra boa sensação foi abandonar esse mesmo “Crato”, depois da loucura que foi o festival. Deixei os meus amigos e amigas, de ressaca, e parti de manhãzinha sem ajudar a limpar a casa. Tinha uma boa desculpa na cabeça deles. “Afinal de contas o pobre coitado só tem uma bicicleta para se transportar” #vocêssabemlá. Saí do Crato em direcção à Terra dos meus avôs que são só uns 40 km mais a Norte. A sensação de chegar a um lar que nos é familiar, depois de sair de um lar que é só amigável, dá-nos uma sensação de conforto enorme, e acima de tudo foi uma semana espectacular e louca, onde a bicicleta teve um papel fulcral.
A outra boa sensação foi no Mediofondo das Aldeias do Xisto e na corrida do Autódromo de Estoril. Em nada se comparam com o que foi o Crato, mas terminar essas corridas onde sei que andei a um ritmo brutal e terminei mais ou menos bem classificado, fiquei bastante satisfeito comigo mesmo. Quando termino um corrida destas, não fico contente simplesmente porque a terminei, só um pouco competitivo e gosto de tentar terminar bem classificado, mas não fico frustrado se tal não acontecer.


https://www.strava.com/activities/377205216

https://www.strava.com/activities/380736851

Qual foi o momento mais duro que tiveste de enfrentar? Qual foi o teu “pior dia numa bicicleta”?

Grandfondo Aldeias do Xisto 2014!!! Meti-me numa aventura, já o sabia, sem ainda ter grande preparação física. Aguentei-me bem até aos 100 km, mas a partir daí não consegui alimentar-me como deve ser, pois fiquei com azia devido a uma sandes de queijo que comi num dos abastecimentos. É f0dido e o meu organismo ainda é mais f0dido e preciso saber ouvi-lo. Quando se vai num esforço enorme como é uma corrida de ciclismo, o sangue do nosso corpo está todo orientado para os músculos, e o estômago é quase um órgão em seco durante essas provas. Por isso é que se come géis de fácil absorção em provas como estas. Ou umas barras de cereais mais pequenas e também elas fáceis de absorver por conterem mais hidratos de carbono do que proteína. Mas uma coisa é certa há quem consiga comer sandes de secreto de porco preto e ir subir a serra Lousã só com dores nas pernas, eu se fizesse isso, era dor nas pernas e com uma azia do alho. Bem, só não vomitei porque fui controlando o pulso, e consegui que aquilo não passasse de uma azia lixada. Sem dúvida que foi o meu momento mais duro em cima da bicicleta.

https://www.strava.com/activities/206096086

Como foi treinar num grupo com o Paulo Martins? Falaste com ele? Já treinaste com o Paulinho, o gajo está mesmo careca?

Não tem nada de especial. Um treino com o Sérgio, Broco, Pedro Paulinho, Barbio, Américo Silva, Vitor Lourenço etc... A única diferença é que eles (profissionais) têm um sorriso daqueles que dizem o seguinte: “estou a pôr aqui o pessoal a sofrer e eu estou na boa e isto para mim é um simples treino”. O Vitor Lourenço já tem quase 40 anos, mas anda para alho. O Paulo Martins é mais um tipo, agora mais magro, que está lá metido. Falei uma vez com ele, sobre um jovem (Pedro Urbano) como eu, que estava lá andar connosco que é muito parecido com o Froome a pedalar, e que também tinha um pedaleiro oval na bicicleta que ainda mais ajudava à comparação. O Paulinho tem cabelo, mas pouco ehehe. É como diz o outro, pode andar mais que eu, mas eu tenho mais cabelo!

Dos ciclistas profissionais (ou ex-profissionais) com que já treinaste qual te pareceu mais acessível, e pelo contrário, mais arrogante?

Mais acessível é o Américo Silva. Bastante simpático e é um gajo muito respeitado no grupo onde ando. O Hernani Broco e Pedro Paulinho também gostam de gozar com o pessoal, o Broco mais ao estilo de aumentar o ritmo. O Sérgio é timido, e o Paulo Martins também é um pouco.

Com que ciclista profissional te identificas mais quanto às características/maneira de correr?

Nenhum lol. Não gosto de atacar, odeio mesmo. Melhor eu nunca ataco, mas os meus ataques são a responder aos ataques dos outros, mas ir ao vermelho num ataque lixa-me para o resto dos km que faltam. Eu compreendo porque o Quintana não ataca às vezes eheheh.

Enquanto ciclista gostas de alguma "competição" nas voltas em grupo ou preferes apenas ir num ritmo alto mas sem ataques?

Sem ataques como referi lá em cima. Mas esses ataques têm de acontecer para dar vida ao grupo por isso também entro na brincadeira se for preciso. Mas o ideal para mim, é um ritmo forte e constante de eliminação como acontece numa subida longa, onde é mais fácil para mim aguentar-me e deixar os outros para trás.

Qual o teu maior defeito e a tua maior qualidade enquanto ciclista?

Pior defeito, sem dúvida a descer. Quando aquilo passa dos 60 km/h a descer, penso logo que caso caia a esta velocidade, morro. É f0dido ter de acompanhar pessoal mais pesado e com mais técnica nas descidas. E não é dificil perceber porque eles aceleram nas descidas, porque não o conseguem fazer nas subidas AH! A maior qualidade é andar de bicicleta de forma alegre ahahha. Gosto de subidas longas, mas não muitos inclinadas.

Qual o teu local preferido para treinos?

Terra dos meus avôs!!! Aquilo é um paraíso! É na zona de Abrantes, mas mais a Este, perto de Belver, Mação, Gavião. O Rio Tejo separa naquela zona o Alentejo do Maciço Montejunto Estrela. Para o Norte do Rio Tejo naquela zona, é só subir e descer a cada curva, se fosse sempre para Norte ia dar à Serra da Lousã e depois Serra da Estrela, mas a distância ainda é muito até essas Serras. Fico pelas desconhecidas mas fascindantes Serras de Mação, São Pedro do Esteval, Proença a Nova, Sertã. A sul do Tejo, depois de passar a ponte em Belver, é Alentejo. Planiceis e poucas subidas, apesar de haver aqueles falsos planos que sozinho, dá sempre uma dor de pernas. As terras mais perto são: Ponte de Sor, Crato, Nisa, Alter do Chão. É umas das zonas mais lindas de Portugal e para andar de bicicleta é perfeito.

És capaz de aguentar bem o sofrimento ou achas que ainda te falta trabalhar essa "capacidade"?

Sou capaz de aguentar bastante bem, desde que não passe o meu limite, impossível de seguir mesmo que eu queira. O ciclismo é uma ciência exacta e é muito fácil de explicar. Eu consigo andar durante horas entre os 100W – 200W, e durante uma vida à baixo dos 100 W, os próprios livros o dizem. A partir dos 200W também é fácil principalmente a rolar. Mas mais que 300W a rolar começa a doer as pernas e consigo dar uma máximo de 400W durante alguns minutos, depois tenho de diminuir o esforço novamente para valores mais baixos. A subir, a gravidade já conta e o peso também. Com o meu peso, a 250W já vou muito perto do meu limite a subir, e consigo fazer no máximo uns 5/6 minutos com valores perto de 300W até me dar o badagaio. Agora imaginem o Froome a subir o Mont Ventoux durante 45 minutos a 400W. Depois os outros são flop´s ahahah

Naqueles dias em que está um frio do caraças e o que apetece é estar na cama o que te faz ir andar de bicicleta?

Este Inverno tem sido um Inverno quente. E como sou um gajo que vive no Sul do país, não se sofre muito com o frio. Mas o essencial é ir bem vestido e principalmente tapar as zonas do corpo que não se consegue tapar com uma camisola ou calças. As luvas, capas para os pés, ou duas meias, gola para o pescoço e orelhas, ter cabelo para não ter frio na cabeça ehehe. Mas isto quase ao nível do mar. Quando maior foi a altitude, mas perigoso é. Nestas zonas é preciso aumentar as camadas de roupa, e investir bem forte numas boas luvas e cenas para os pés, porque essas zonas dos corpo podem mesmo “congelar” e afectar os nervos. Há exemplos de ciclistas que ficaram com os dedos a funcionar mal durante algum tempo devido às descidas no meio da Serras, ou mesmo devido à chuva e neve. E a hipotermia é também uma cena perigosa, que diga o Tiago Machado numa prova qualquer o ano passado.

Para além de gostares de ciclismo pareces ser também um grande alucinado por bicicletas, qual era a tua máquina de sonho?

A minha bicicleta de sonho era ter 20 000€ para investir numa bicicleta personalizada. Escolheria um Pinnarello, ou Specialized, ou se calhar até um Canyon, também podia ser uma Trek ahah. E com ajuda de um designer ou um especialista qualquer, desenhava um quadro à minha maneira que fosse único no mundo. Os componentes teriam de ser do melhor e mais caro para ficar feliz.

Qual foi a pior subida por onde passaste? E a com maior altitude? Como é subir à Torre? Qual a subida que mais gostaste?

Eu não tenho uma pior subida, são todas fixes. Mas as piores subidas são as inclinadas e em terra, subidas essas recomendadas apenas para BTT. São essas subidas que não só exigem um esforço enorme de cadência, como também um esforço no tronco e nos braços. Este tipo de subidas dão cabo de um gajo dos pés à cabeça resumidamente. Depois de passar por uma série dessas subidas, um pessoa mais parece saída de um jogo de Rugby onde choveu a potes onde a relva era lama. Para mim essas subidas são as mais duras, e é necessário pôr o pé no chão se elas forem mais fortes que eu. Subir à Torre é fixe, mas é sou um gajo ambicioso. Se eu quero ter saúde e dinheiro para fazer uma viagem daquelas para conhecer as subidas mais míticas de França, Itália e Espanha... a Torre é fixe, mas não me enche as medidas. Eu irei subir a Torre qualquer dia nas calmas de forma a apreciar o momento e os seus elementos, que é sempre muito melhor assim, do que subir num Grandfondo. Não tenho subidas preferidas. Mas as subidas em Sintra, são as subidas que melhor conheço, e quando se conhece as subidas, gosta-se mais delas porque sabemos onde acaba a dureza.




Salvo erro já jogaste hóquei, certo? Como começaste esta modalidade? Porque deixaste de jogar?

Aqui vai um testamento:
O Hóquei em Patins é uma paixão do meu pai. O meu pai quando estudava em Lisboa e veio viver para Oeiras, nos seus tempos livres ia ver os jogos da ADO (Oeiras) ao pavilhão e ganhou o gosto pelo desporto. Quando eu tinha uns 7 anos inscreveu-me no hóquei da ADO, onde aprendi a patinar e jogava na equipa dos que “não prestam”. ADO como é uma equipa que recebe bastantes miúdos, tem aquela equipa para o pessoal que está a "aprender a patinar" e a "pegar no stick". Os treinadores dessa equipa tem um papel [EDITADO] ao olhos dos pais, têm de dar falsas esperanças que o filho deles tem qualidade para passar para os infantis C, mas alguns não têm, e próximo passo é desistir, até lá a ADO ganha dinheiro com o miúdo que está lá a "aprender a patinar". Mas o meu caso correu bem. Apesar de ter começado o hóquei tarde (7 anos), há quem comece aos 3, consegui ser “promovido” para os infantis C. Para mim não significou nada, era um miúdo, mas o meu pai deve ter tido um sensação de felicidade enorme. Na equipa do Paço de Arcos provavelmente não tinha conseguido passar a infantil, eles ainda recebem mais miúdos que a ADO.
Nos infantis C, éramos uma equipa de 15 por volta disso, mas onde só podem jogar 10, e quem vão jogando menos acaba sempre por desistir da modalidade, nesta idade são mais os pais que desistem. A partir dos infantis C, o primeiro escalão, as equipas começam só a ser compostas por 10 jogadores, raramente ultrapassa esse número. Eu naturalmente e ainda pouco consciente das coisas, tinha sempre espaço para jogar e fui subindo de escalão de acordo com a idade, até aos Juvenis na ADO. Os melhores momentos na ADO passaram por vitórias frente ao Benfica e Paço de Arcos, e fomos 2º e 3º classificados no distrital. Nos Juvenis da ADO perdi espaço, e fui para o Salesianos do Estoril, onde era a "estrela da equipa" a par de outro. Nos Salesianos, estive dois anos, Juvenis e 1º ano de Juniores.
No 1º ano de Junior, fui o 3º melhor marcador da qualificação para o Nacional. 1º e 2º, eram o Gonçalo Alves, jogava no Sporting naquela altura, agora joga no Porto. E o Miguel Rocha formado no Paço de Arcos, jogava pelo Benfica e agora joga pelo Benfica. Marcar tantos golos como o Miguel Rocha é um feito que me orgulho. Mas vá... Eu tinha uns 25 golos, o Miguel Rocha uns 28, os golos no Benfica eram mais distribuídos por serem todos bons jogadores. Mas o Gonçalo Alves tinha uns 50 golos... O aparecimento de um jogador como o Gonçalo foi um obra divina no hóquei de formação de Portugal como foi o Livramento. Apesar de o Gonçalo agora no Porto não estar a conseguir afirmar-se como ele queria, ele no Sporting durante a sua formação era um jogador impossível de parar. Não se falava de Hélder Nunes, nem Miguel Rocha, nem Telmo Pinto, era o Gonçalo Alves! Aquele miúdo do Sporting que marcava 50 golos pelos Juniores, mais que 100 golos por época, e que fez a equipa Sénior do Sporting subir da 3ª divisão à 1ª divisão, um miúdo de 18, 19, 20 anos. Quando foi para a Oliveirense, essa decisão foi vista como uma traição pelos adeptos do hóquei do Sporting. Ainda nem era o Sporting que é agora.
Isto tudo para dizer que jogar ao lado do Gonçalo Alves, Miguel Rocha, estes dois principalmente, e ver agora onde eles chegaram, fico feliz com isso.
Voltando à minha humilde história. Com os Salesianos fomos 4º classificados da distrital. Eu tive pena de nunca ter conseguido qualificar-me para o Nacional, mas aí, vão os Sporting´s, Benfica´s, Porto´s da vida. Os fracos discutem o distrital. No meu 2º ano de Júnior, regressei ao Oeiras, a convite do treinador de lá. Péssima ideia. Ele convidou-me, mas nunca apostou realmente em mim. No geral ele era mau treinador, e saiu a meio da época. Veio o Zé Carlos, treinar o Oeiras Juniores e Oeiras Sénior. Campeão do Mundo e lendário guarda redes do Benfica, mas como treinador também era flop. Também não apostava muito em mim, apesar de alguns bons jogos que fiz com ele. Ele no final da época deixou o Oeiras Juniores e mais tarde a equipa principal do Oeiras.
Veio ainda um pior treinador treinar-me a mim e aos meus colegas de equipa no meu último ano de Júnior e possivelmente o meu último ano a jogar hóquei. Ele era mesmo muito mau, e com ele eu não jogava. Eu era um jogador um pouco diferente, mais mental do que físico, e treinadores a perceber menos o jogo que eu, não era comigo.
O meu pai mexeu os cordelinhos e fui parar ao Cascais. Equipa muito fraca, mas onde fiz bons amigos e onde estavam lá ex-colegas meus do Oeiras e Salesianos. Era uma equipa feita de restos de outras, uma manta de retalhos... Mas foi a equipa com melhor ambiente onde tive.
Parece metira, mas fiz o jogo da minha vida pelo Cascais contra o Oeiras onde esse merdas de treinador estava. Marquei três golos, outros meus colegas fizeram os outros dois, ganhamos 5 – 1. “O Cascais ganhou 5 – 1 à ADO, onde o Bernardo marcou 3 golos.” O merdas do treinador de Oeiras demitiu-se no dia a seguir, mas depois voltou com a ideia atrás. Com o Cascais, fiz o jogo final da minha “carreira” contra o Sporting, sem Gonçalo Alves, onde perdemos 3-2, onde o o 3º golo deles foi culpa minha, fui fintado. Subi à equipa sénior de Cascais, mas como o meu 1º ano de faculdade correu mal, e como não ia jogar muito, porque o treinador não gostava de mim, e não via qualidade suficiente em mim, desisti do hóquei, com o pensamento de dever cumprido, e decidi dedicar-me mais aos estudos e ciclismo.


Apesar dos bons resultados das equipas portugueses e da seleção em provas estrangeiras, achas que o hóquei nacional está a desenvolver-se bem?

Eu penso que o hóquei nacional neste momento é o melhor do mundo a nível de jovens e clubes. Mas a selecção Espanhola e Argentina continua a ter jogadores melhores no geral e principalmente mais inteligentes e experientes. Não sei o que se passou a certa altura na formação de Portugal. Neste momento estamos bem e finalmente há um jogador português jovem que percebe realmente de hóquei e sabe jogar hóquei que é o o Helder Nunes que se afirmou no Porto de uma forma incrível e não tem a qualidade de jogo técnico de um Gonçalo Alves. Eu penso que Portugal pode voltar a ser a melhor selecção do mundo com os jogadores que o Benfica tem, e com os jovens e não só que o Porto tem. Mas os jogos entre a selecção Argentina, Espanhola e Portuguesa vão continuar a ser muito renhidos, decididos em pormenores e por jogadores mais inteligentes e experientes.

Como tiveste a ideia da NCL?

Comecei a criar um DB com ciclistas do passado que ganharam a Volta a França, para fazer uma Volta a França com esses ciclistas, mas fartei-me. Nessa altura também comecei a conhecer e a perceber melhor o desporto dos Estados Unidos. E adoro as regras do Draft, de atletas vindos da Universidade. Como já estava com a mão na massa, com um DB, peguei num programa que gera nomes e números de acordo com uma probabilidade, e criei 50 ciclistas. 5 ciclistas para 10 equipas, e comecei a jogar com elas em etapas que eu também criava. Mas sozinho rapidamente me fartei, por isso decidi criar uma história na forum com esses mesmo ciclistas, e com equipas sub23. Tive ainda de pensar um pouco nas regras e no trabalho que isto me podia dar e que não podia desistir à 1ª época, e já vamos na 5ª época! Acho que o essencial para o minimo de sucesso que esta história teve, é não dar muito trabalho a mim e também aos participantes, tem de ser um coisa fluída e simples. Apesar de ter alí umas regras um pouco confusas, principalmente para quem não conhece tão bem o desporto dos Estados Unidos.


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