Bernardo_ Escreveu:
Pode-se dizer jogou parecido com Portugal.
Não acho que se possa.
O 352 da Itália tinha uma dinâmica brutal. Sobre Buffon e os 3 centrais não haverá muito a dizer, mas há que destacar a forma como Candreva, Florenzi ou Darmian integravam esta defesa ora a 3 ora a 5, dando imensa consistência defensiva bem como uma capacidade ofensiva brutal. No miolo havia De Rossi, Parolo, Giaccherini e Thiago Motta. Em condições normais o Thiago Motta jogava, mas o Giaccherini fez um Europeu brutal e relegou-o para o banco em muitas situações.
O De Rossi nunca foi um jogador que eu apreciasse particularmente, mas a sua qualidade e preponderância no grupo é incontestável. Do Parolo conhecia pouco, mas é um grande médio que assenta espetacularmente neste tipo de jogo especulativo e cerebral. Ainda referir que o Thiago Motta é um tratado a jogar à bola, vale a pena ver o PSG para vê-lo em campo. Um dos grandes médios da atualidade, um dos poucos que não é uma vedeta mas a jogar muito futebol.
De qualquer forma, e independentemente da qualidade destes intervenientes, o que é de destacar é a sintonia que mostravam. Via-se perfeitamente que toda a gente da equipa estava a pensar no mesmo. A tática é isto e Conte foi um mestre. E isto era de tal forma marcante na seleção italiana que mesmo rodando vários jogadores a personalização do futebol apresentado foi sempre marcante.
Uma nota final para a dupla de avançados. Já não se vê duplas como Pelle e Eder. Quer Zaza quer Immobile foram relegado por eles. Ambos com características substancialmente diferentes, que culminam num entrosamento fantástico. A Itália tinha uma postura especulativa, mas estes dois meninos, com o que mostraram, podiam jogar em que equipa fosse, com qualquer que fosse a mentalidade de jogo.
Posso exagerar nalgumas coisas, mas a Itália foi a equipa que mais me marcou no Euro. Venceram esta Suécia, venceram a Bélgica, venceram a Espanha e venceram o seu grupo. Só caíram com a Alemanha nos penalties. A Alemanha que é possivelmente a melhor seleção do mundo dos últimos 4 anos, mas isso já será outra conversa.