Querias era que fosse para Barcelos.

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Não tô, como é óbvio isto é uma moeda de troca pela perda da candidatura da EMA sem a olhar a 400 famílias que não sabem como ficam as suas vidas.

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Tudo certo. E concordo absolutamente que é complicado para quem tem a vida familiar estabelecida. Mas também há constantemente um fluxo inverso de pessoas para Lisboa de várias zonas do país, porque são a isso obrigadas por motivos laborais (tanto no sector público como privado) e nunca vi ninguém a levantar as questões da família. É só mesmo pela coerência. Obviamente algo errado não desculpa um outro erro, mas acho que quem vive em Lisboa não tem bem a noção de quão desprezado é o restante país.

Ainda agora no último concurso de colocação de médicos de família, em que mais de metade foram formados no norte e tinham aí a vida estabelecida, cerca de 75% das vagas abriram na zona de Lisboa e Vale do Tejo. E estamos a falar de pessoas já na casa dos 30, muitas vezes também já com família e filhos pequenos.

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Gosto mesmo é da ideia de que o combate ao centralismo passa necessáriamente pelo Porto ganhar alguma coisa.

Não. Passa por distribuir organismos públicos e respetivas sedes por vários pontos do país, e não ter de obrigar toda a gente a trabalhar na capital. Seja a descentralização feita para o Porto, Coimbra, Évora, Viseu ou qualquer outro local.

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Sim, o que importa é depenar - e passo a citar - "Lixoboa".

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Como é óbvio não é solução e tem desvantagens, mas é um começo. Somos uns país em que só existe Lisboa e o resto somos parolos da aldeia que sonham ir para Lisboa. Vejo isto diariamente na minha empresa e em todas as multinacionais onde tenho amigos. O norte é mais altruísta na divisão de troféus. Porto, Braga, Guimarães e Aveiro têm uma ligação que Lisboa nao tem, por exemplo, com Setúbal que é visto como local para morar lowcost e trabalhar em Lisboa. Nestas guerrilhas quem se trama mais é Coimbra que vai sendo esquecida constantemente quando é uma cidade com potencial enorme.

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E mesmo assim na minha zona temos um médico de família para talvez mais de uma dezena de milhar de pessoas. Não quero discordar de ti, foi só um desabafo com o que se tem passado aqui.

Eu sei que as coisas estão mal nessa zona. Mas o curioso é que mesmo quem faz o internato de Medicina Geral e Familiar na zona de Lisboa não quer ficar a trabalhar no sector público. O Centro de Saúde da Amadora, por exemplo, tinha 8 vagas disponíveis e ficaram todas por preencher. Imagino que as características da população em alguns locais também não ajudem, mas nesse aspecto é um facto que Lisboa tem graves problemas a nível de cuidados de saúde primários.

Ainda assim também há imensos problemas de cobertura de médicos de família também no Alentejo e Algarve. E mesmo no Norte e Centro, mais nas zonas do interior.

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Ótimo, estamos de acordo, só não vejo o Porto como porta estandarte seja do que for.

Acredita nessa da descentralização quem quer, porque isto é feito para compensar e para credibilizar aquilo que foi a candidatura do Porto à EMA, e as declarações do Costa deixam isso bem parente.

E Tó o que está a querer-se com isto é uma guerra Porto-Lisboa e Norte-Sul e não uma verdadeira descentralização.

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Coimbra é um caso à parte. Estamos parados no tempo porque temos um bronco na câmara há 20 anos.

Eu também acho que isto foi meramente um prémio de consolação. Mas de qualquer forma acaba por se descentralizar. Apesar de ser por linhas tortas, isso acaba por ser positivo, e um primeiro sinal para o futuro. Agora obviamente isto tem que ser feito para mais instituições e sectores públicos, e enviar tudo para o Porto seria apenas criar mais um foco centralizador. Tem que se distribuir pelo país, de norte a sul, de Viana do Castelo a Vila Real de Santo António.

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Uma coisa é querer-se descentralizar certos institutos públicos que funcionam em Lisboa, outra coisa é fazer as coisas desta forma.

Eu acho bem que se descentralize alguma coisa, não a torto e a direito como alguns apregoam, porque as capitais existem também para ter a maior parte dos institutos públicos, mas certo tipo de institutos podem ir para outros pontos do País. A forma como isto se está não só não tem sentido como é insensível para com os trabalhadores do infarmed.

Não só não se conversou com os mesmos sobre essa possibilidade, como a decisão é tomada sem os avisar. Eles sabem da notícia pelos jornais! Isto cabe na cabeça de quem?? Estamos a falar de um instituto reconhecido, que têm na experiência dos seus funcionários um valor e agora vai-se a arriscar a perder muitos deles por estas birras estúpidas.

A descentralização, ou melhor, desconcentração, tem de ser um processo gradual e lento, nunca repentino e à boleia de impulsos como está a ser feito.

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Amigos alguém foi ontem a Aveiro receber um valezinho?

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