zeduarte 10 Escreveu:
Acabei a minha primeira época no PCM 2019 com a Cofidis. Não jogava PCM há anos suficientes para ter saudades e sentir falta daqueles 10 dias de Janeiro em que podíamos ir buscar corredores livres. Ia sempre buscar duas ou três pechinchas.
Na Cofidis tenho uma boa equipa Conti-Pro mas para competir no World Tour fica complicado. O Bouhanni que será a melhor estrela da equipa tem 75 no sprint o que não faz sonhar assim tanto. O Atapuma é um trepador vulgar (73 a montanha) e o Jesus Herrada igualmente mas com a vantagem de se defender no crono. Depois como lider tenho o Laporte que é um sprinter relativamente completo (rola bem, não sofre muito nas subidas, anda bem no pavé e tem algum endurance/resistência). Uns níveis abaixo tenho o Hugo Hoffstetter que é um ciclista com boa ponta final ao sprint, o Perichon que é um puncher interessante, o José Herrada que anda bem em terreno duro, tal como o Jasper Hansen e o Nicolas Edet.
Acabei a época na 16ª posição o que me permitiu subir ao World Tour. Liderei o ranking Continental-Pro até Agosto, depois desleixei-me um bocado e comecei a ir a menos corridas. Foi uma época complicada na medida em que competir no circuito continental não me dava grande pica e no circuito World-Tour era muito complicado. Nos resultados de destaque deixo por exemplo:
- Etapa do Paris Nice + top10 (Jesus Herrada)
- 2º MSR (Bouhanni)
- 2º Paris-Tours (Laporte)
- Campeão Francês (Perichon)
- Campeão Espanhol (José Herrada)
Como já passei o ano não consigo ver muito ao detalhe e lembro-me apenas disto. Consegui cerca de 15 vitórias na época mas devo ter feito uns 100 dias de corrida + simulações. Deixo ainda nota para o 22º lugar do Nicolas Edet no Tour que só não foi top-20 porque na última etapa de montanha chegou uma fuga com grande vantagem e dois gajos passaram-me à frente. Um dos objetivos que falhei na época foi mesmo vencer no Tour. Estive quase com o Edet numa fuga que deu 12 minutos ao pelotão mas tive medo de atacar e o gajo queimar-se e no sprint perdi.
A parte das contratações está muito interessante. Falhei Demare e Pinot mas consegui boas alternativas: Pierre Latour, Remco Evenenpoel, Tadej Pogacar e Nills Pollit. Os patrocinadores não facilitaram e nos objetivos já me pediram o Paris-Roubaix e a camisola da montanha do Tour, o que é pena pois não sei se o Latour consegue fazer um top-10 e a lutar pela da Montanha em simultâneo. Tenho de dominar melhor os sprints que estão muito mais interessantes do que eram (as coisas decidem-se dentro o último km) e melhorar a preparação da época já que pelo que percebi os "picos" de forma fazem toda a diferença.
Nesta segunda época vou levar o Pogacar à Vuelta e o Latour ao Tour e restantes provas francesas, guardando o Pollit para as clássicas da Flandres. Gostava de conseguir:
Top-3 na Roonde
Top-3 em Roubaix
Top-5 na Vuelta
Top-5 no Paris-Nice (+etapa)
Top-5 no Dauphine (+etapa)
Top-10 no Tour (+ etapa)
Na segunda época não consegui nada de especial. Destaco o 3º lugar do Latour no Paris-Nice e no Dauphiné onde ganhou etapas em ambas. Consegui um 7º lugar no Tour com ele (com o mesmo tempo do 5º classificado...) e uma vitória de etapa. O Pogacar foi um bocado desilusão. Ganhei o Tour Down Under e fiz top-10 no Tirreno, mas no Giro fechou em 12º (a concorrência era muito forte com Thomas, Bernal, Froome, S. Yates, A.Yates, Landa, Carapaz, Quintana, MAL entre outros, era difícil ficar nos 10 primeiros). O Remco Evenenpoel fez alguns top-10 em provas World Tour onde talvez o mais notório tenha sido o 6º lugar na LBL. O Nils Politt não conseguiu discutir verdadeiramente na Flandres e não fez nada de relevo. Foi uma época mázinha.
No mercado segurei toda a gente e fui buscar dois nomes importantes porque voltei a falhar dois alvos: Demare e Pinot. Vieram Andrés Camilo Ardila (81MON) e Warren Barguil (78MON) para dar soluções ao plantel. O Ardila subia muito bem mas tinha mau crono (65) e apenas 70 em resistência e recuperação. Ia levar o gajo ao Giro para perceber o que ele conseguia fazer e no final do ano esperava tê-lo na Vuelta a lutar por um top-10 e por etapas. Os meus trepadores (Latour, Remco e Pogacar) em finais em alto sofrem bastante para chegar com os melhores, acabando sempre por perder tempo. O Ardila era uma nova esperança.
Comecei a época com o Barguil a vencer uma etapa e a fechar 2º no Tour Down Under. No Paris-Nice fez 3º lutando pela vitória até perto do final. Voltei a não conseguir discutir a MSR. Na Flandres comecei mal, o Politt fez 15º na Roonde muito por culpa de um péssimo posicionamento que o fez ficar em cortes e ter que correr sozinho de trás para a frente (a minha equipa é muito limitada no pavé). No Paris-Roubaix fiz 2º naquela que foi a melhor prestação de sempre do Nils pela Cofidis. Entretanto o Barguil fez 4º na Volta à Catalunha e fechou top-10 na LBL, Amstel e Fleche.
Na Volta à Romandia levei o Ardila e o Remco para preparar o Giro mas simulei sempre e nenhum fechou top-10 nem teve resultados de destaque. No Giro comecei com um contra-relógio onde o Remco fez 6º e o Ardila perdeu quase 2 minutos. Na primeira semana tinha etapas de média-montanha e o Ardila, mesmo estando em boa forma, sofreu sempre para andar com os melhores enquanto o Remco entrou no top-5. Estava decidido que o belga ia liderar com o Ardila a focar-se exclusivamente em ajudá-lo na alta montanha que seria onde mais falta faria. E assim foi, o Remco andou sempre com o Ardila por perto na alta montanha e foi conseguindo aguentar-se com os melhores. Com a vitória no contra-relógio final consegui fechar em 2º lugar atrás do Bernal. O Ardila fechou em 17º mas se não fosse ele o Remco não teria conseguido sobreviver tão bem às montanhas. O 2º lugar no Giro era o meu grande feito em 2 anos e meio.
Depois começa a preparação do Tour. Não ligo à Volta à Suiça e concentrei-me no Dauphiné com Latour e Barguil, onde o primeiro estava preparar o Tour e o segundo também mas já com melhor forma e com expetativas de conseguir uma etapa e uma boa geral. Acabei por ganhar 2 etapas com o Barguil e fechar em 4º. O Latour ficou algures pelo top-15. Boas indicações e o patrocinador estava contente.
No Tour olhava para o Latour como dando melhores garantias por ser um ciclista mais completo que o Barguil mas na etapa do pavé o Latour cai e perde algum tempo enquanto o Barguil anda com os melhores. A forma do Barguil também estava melhor e isso ajuda a explicar o melhor andamento deste. Como tinha José Herrada e Pogacar, deixei um com o Latour e outro com o Barguil como o Camilo fez no Giro com o Remco. No final da primeira semana já os corredores da Geral estavam nos primeiros lugares e eu tinha o Barguil em 2º e o Latour em 15º, mas agora é que ia começar a sério. O Barguil andou muito tempo a cheirar a amarela na média montanha mas o Alaphilippe não dava hipótese. Na montanha primei pela regularidade, em finais ao alto nunca tentava ataques e resguardava-me para chegar bem aos últimos 3 kms porque aí fazem-se grandes diferenças se a subida for bem dura. Não brilhei na montanha mas defendi-me bem e o Barguil fechou o Tour em 4º e o Latour em 8º. O Pogacar fez 26º mas coletivamente não deu mais que um 4º lugar. Pelo meio ganhei um CR com o Latour. Depois de um 2º no Giro no Tour fazia um 4º lugar.
Na Vuelta voltei com Latour, Remco e Ardila. O Latour desistiu com uma queda e o Remco estava bombadíssimo. Com o Ardila a ajudar fechou em 2º lugar da Geral e limpou 2 etapas. A forma dele foi incrível, estava muitos furos acima do seu nível habitual. Acabei a época com ele na Lombardia onde as sensações que tinha lhe davam 91 em resistência e 90 em endurance
Ganhei com um show incrível numa prova onde nunca gostei muito de correr por não ter ciclistas em boa forma.
Em resumo, foi uma boa época e deu para perceber que ter profundidade no plantel para ajudar os líderes é importante, sobretudo quando os adversários são mais fortes. A condição física também é incrivelmente importante e isso notou-se no Remco de uma forma incrível, consegui tê-lo sempre com muito boa forma e nunca a ter grande fadiga. Na próxima época vou perder o Pogacar e o Pollitt. Dá-me pena porque são jovens, mas nestes dois anos pouco evoluíram, ao contrário do Evenenpoel, mesmo sabendo que no próximo ano sera difícil melhorar. Fui buscar muita gente, entre os quais o Madouas, com o qual fiz 2º no campeonato do mundo. Depois meto um print do plantel, fui buscar mesmo gente a mais.