Para que não fiquem dúvidas sobre a veracidade da informação.
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Oliveira de Azeméis, Aveiro, 29 Set (Lusa) - A família do ciclista Bruno Neves diz que o atleta foi "enxovalhado" e "vai processar quem especulou sobre a utilização de substâncias dopantes", já que, segundo a autópsia, o sprinter luso morreu de causa natural.
Com a voz embargada, Cristina Neves, irmã mais velha de Bruno Neves, diz que com tanta especulação até a família começou a ficar confusa, mas sublinha o carácter do irmão, falecido na clássica de Amarante, a 11 de Maio.
A família de Bruno Neves ficou aliviada com o relatório final da autópsia feita ao atleta. A morte do jovem atleta ficou a dever-se a uma insuficiência respiratória aguda seguida de arritmia cardíaca.
"Foi um alívio para nós este relatório final. Com tanta suspeita até nós ficamos baralhados. Mas sempre acreditei no Bruno", disse à Agência Lusa Cristina Neves.
A inexistência de lesões traumáticas mortais e de substâncias dopantes no corpo de Bruno Neves deixam tranquila a família do ciclista, que ainda assim não perdoa a todos os que duvidaram do profissionalismo do atleta.
"O Bruno e a família foram enxovalhados nos últimos meses. Ele passou de bestial a besta em poucos segundos. Muita gente que rodeava o Bruno desiludiu-nos, mas agora contamos como sempre com os verdadeiros amigos", disse a irmã mais velha do ciclista.
O apoio à família de Bruno Neves tem surgido sobretudo dos antigos colegas de equipa: "perdi um irmão, que era como um filho, mas às vezes tenho a sensação de que ganhei cinco ou seis novos irmãos", disse Cristina Neves, frisando o carinho que tem recebido por parte dos colegas da ex-LA MSS.
Cristina Neves diz que tem tentado repor a verdade, mas poucas são as vozes que se mostram disponíveis para sublinhar a "inocência" de Bruno Neves. Por isso, a luta vai seguir em Tribunal.
"Vamos processar jornalistas e não só. Vamos agir judicialmente contra quem despoletou todo o clima de suspeita em torno das causas da morte do Bruno. Já estamos a tratar disso. O meu irmão não estava cá para se defender e por isso deviam ter tido mais cuidado. O corpo do Bruno ainda estava a arrefecer e já especulavam", adverte a irmã de Bruno Neves.
Recorde-se que Bruno Neves, da ex-LA MSS, morreu a 11 de Maio, durante a Clássica de Amarante. Tinha 26 anos de idade.
A morte levou a Polícia Judiciária (PJ) a várias buscas às instalações da equipa comandada pelo antigo ciclista Manuel Zeferino, destacando-se a apreensão de sangue congelado, material para transfusão e vários medicamentos suspeitos.
A autópsia não liga a morte do ciclista à utilização de qualquer substância dopante.
in Agência Lusa