Horas do balanço final da nossa Volta. O que achaste desta edição?

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Para mim foi excelente, já não me recordo de ver uma Volta tão boa e tão imprevisível há largos anos.

Foi bom não haver o domínio da W52 - FC Porto, e para isso muito contribuiu o facto de terem levado 3 galos para um poleiro e não definirem bem o líder. O mesmo se passou na Efapel que se tivessem apostado mais cedo no Mauricio o desfecho poderia ter sido bem diferente. Mas já todos sabemos que os DDs cá em Portugal é tudo farinha do mesmo saco e estão parados no tempo.

As equipas estrangeiras este ano também se portaram bem e mostraram nível. A Rally Cycling levou 3 etapas, e um segundo lugar, e a Israel ganhou na Nossa Senhora da Assunção com o Hollyman que pode vir dar que falar no futuro e ainda fez segundo noutra etapa com o Mackellar. A Movistar veio, maioritariamente, dar rodagem aos mais jovens e ainda levou a camisola da juventude com o Abner que acabou num excelente 6º lugar. A Kern Pharma também finalizou em 7º com o José Félix Parra, um excelente resultado, também para os espanhóis. As restantes foram aparecendo nas fugas, sendo que até a Burgos esteve algo melhor que no ano passado, por exemplo.

Mas a Volta ficou mesmo marcada pelos casos positivos de Covid, foi uma pena terem ido 3 equipas para casa, e o pior foi mesmo o Daniel Freitas ir para casa sem ter oportunidade de vestir a amarela que ganhou na estrada. Urge perceber o que se passou de mal, por parte da organização, para que este tipo de coisas não se volte a repetir.

Em suma, espero que as próximas edições sejam tão abertas e boas como esta. O ciclismo só tem a ganhar com isto!

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Foi uma boa edição, com varias reviravoltas e apesar da covid ter enviado três equipas para casa

Destaco para além da Efapel a muito boa participação da Rally com três vitórias de etapa e da Movistar, que fez top-10 e que esperamos que se abra a caixa de pandora em termos de equipas world tour...

Para mim foi uma excelente prova. A incapacidade da W52 e da Efapel de tomar decisões racionais fez com que se tornasse uma corrida muito engraçada de seguir, com todos os dias a ter motivos de interesse.

Vou contra a maré e digo que foi a pior Volta que vi nos ultimos anos, perdi quase todo o interesse para o fim. As táticas este ano foram tão más que nem meteram piada, uma sensação de deja vu todas as etapas visto que eram todas chegadas em alto ou adjacentes, e em que tinhamos a fuga a chegar ou a marcação individual entre os Efapel e os W52. Nem sequer nas declarações dos DD's a Volta teve ao nivel dos ultimos anos, apesar da tentativa do da Efapel.

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Foi a volta do Rafael Reis, finalmente.

Por tudo o que referiste é que ela foi diferente para melhor. Se recuarmos alguns anos, recordamos horas e horas monótonas de corrida precedidas de emocionantes discussões de etapas ao sprint, muitas delas vencidas sempre pelo mesmo sprinter...a prova deste ano valeu pela indefinição tática mas que no fundo proporcionou imensos ataques em montanhas que em condições normais não levariam a tal por estarem muito longe da meta e também pela incerteza quanto ao portador da camisola amarela. Ter apenas um efetivo de 7 ciclistas também contribui para que haja menos gente a controlar uma fuga na frente do pelotão, sendo a fuga mais fácil de concretizar sobretudo se for composta por gente muito atrasada na classificação geral, o que até nem sempre aconteceu porque as fugas que incluíram ciclistas perigosos como o Daniel Freitas e o Henrique Casimiro em dias diferentes, também obrigou a outro tipo de atenção redobrada nos quilómetros finais por parte de quem perseguia, encurtando o tempo que separava os homens da frente do principal pelotão.

Foi boa mas concordo com a crítica que a tácticas maradas tiram um bocado de piada à coisa em especial no dia da Torre.

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“No one should expect that any logical argument or any experience could ever shake the almost religious fervor of those who believe in salvation through spending and credit expansion.”

Análise ao Top 10 da geral:

- Amaro Antunes: Com o passar dos anos está cada vez mais maduro, mostrando um profundo conhecimento das suas capacidades e limitações. Foi sempre um corredor sóbrio e tranquilo e mesmo quando fisicamente pareceu não estar tão forte como o ano passado, conseguiu não perder o descernimento, controlando todos os principais momentos da corrida e sobretudo, os adversários mais temidos. Está com 30 anos e de certeza que passará pela sua cabeça bater o recorde de vitórias de David Blanco.

- Maurício Moreira: A surpresa da temporada merecia que a equipa tivesse acreditado mais nele, pois agora podemos dizer com segurança que o percurso da Volta assentava que nem uma luva nas características do uruguaio. Ao longo da prova evidenciou uma facilidade evidente sempre que a estrada empinava, traduzida numa capacidade de explosão acima de todos os outros corredores que discutiram a geral. Por outro lado, teve contra si alguma inexperiência neste tipo de provas, que o levou a cometer erros (o que aconteceu na etapa da Torre) e a revelar algumas debilidades técnicas e inseguranças (dificuldades a descer). Pela qualidade que tem evidenciado ao longo do ano, é um corredor que merece uma oportunidade numa equipa com outras ambições.

- Alejandro Marque: Dificilmente alguém acreditaria que o galego discutisse os primeiros lugares da Volta a Portugal. Na Torre fez uma grande etapa, depois de estar em dificuldades fechou o espaço para o grupo principal e aproveitando a marcação entre as duas principais equipas portuguesas, lançou-se em busca da vitória de etapa que todos sonham alcançar. A partir daí e mesmo não tendo equipa para o defender, acreditou que poderia seguir os melhores quando as dificuldades montanhosas voltassem a surgir, assim foi...na Guarda, Larouco e Senhora da Graça esteve ao nível dos seus melhores anos e foi por pouco que não chegou ao contra relógio final (a sua praia) em condições de discutir a vitória.

- Joni Brandão: Continua a ser o ciclista mais atacante do pelotão português mas também o mais egoísta colocando os seus interesses acima do coletivo...não ficou bem na fotografia quando pediu a Marque para colaborar na descida do Barreiro, estando o seu colega de equipa lá atrás com a camisola amarela vestida e estando ele a 58 segundos da amarela, fez uma jogada arriscada pois era muito complicado nos trinta e muitos quilómetros que ainda faltavam para a meta, anular esse tempo e ainda correndo o risco de levar Marque até bem perto do pano final e deixá-lo em condições de ganhar a Volta no contra relógio do último dia. No entanto, foi esta sua ação que tornou a etapa da Senhora da Graça ainda mais espetacular, forçando a Efapel a trabalhar lá atrás e finalmente a apostar em Maurício Moreira.

- Frederico Figueiredo: Apareceu na Volta no seu melhor momento da carreira, parecendo estar a subir como nunca. No entanto, as debilidades que apresenta no contra relógio continuam bem evidentes e o corredor não dá mostras de evoluir neste aspeto, o que mais uma vez me leva a afirmar que o Frederico Figueiredo dificilmente ganhará a Volta ao longo da carreira...só se houver uma significativa desorganização tática que marque a corrida novamente e que o coloque nessas condições mas eu não acredito.

- Abner González: Jovem com qualidade e talento para a montanha que desde cedo mostrou que não tinha rival na luta pela classificação da juventude, no entanto acabou por fazer uma corrida de + a -, sofrendo a bom sofrer para seguir os primeiros classificados nas etapas do Larouco e da Senhora da Graça. Fica a ideia ainda assim, que poderia ter aproveitado melhor a sua forma na primeira metade da Volta, inclusive ficou a sensação que com outra audácia poderia ter ido em busca da vitória no Alto da Torre.

- José Felix Parra - Ao contrário do corredor anterior, Parra entrou discretamente na Volta a Portugal e só após o dia de descanso começou a dar indicações de uma subida de forma, ficando mesmo a sensação que a prova poderia continuar que o espanhol íria também continuar a melhorar o seu desempenho. Um corredor a rever no imediato e que provavelmente deverá dar o salto para uma equipa de maior dimensão.

- António Carvalho: As qualidades estão lá todas...é um ótimo trepador, anda bem no contra relógio, é ofensivo, combativo e nunca desiste, no entanto continua a faltar-lhe algo para ser uma aposta declarada das equipas que representa e este ano o seu rendimento ficou aquém do que era expectável. Acredito que um dia venha a vencer a Volta mas terá que melhorar a sua consistência.

- João Rodrigues: Logo na primeira etapa de montanha (Torre) ficou latente que dos 3 principais corredores da W52, era aquele que estava numa fase menos boa, no entanto a vitória de Amaro Antunes tem muito do trabalho do João Rodrigues na segunda metade da prova. Efetivamente nas etapas do Larouco e da Senhora da Graça, o ciclista que venceu a Volta em 2019 mostrou toda a sua qualidade no papel de gregário, a mesma que já evidenciou quando foi chamado à condição de líder. Um trabalho irrepreensível traduzido numa subida de forma categórica com o passar dos dias, ficando a ideia que o pelotão português é curto para a qualidade deste corredor, merecendo ele correr num patamar superior, algo que já tinha mostrado no início da época quando venceu a Volta ao Algarve.

- Henrique Casimiro: Trepador com provas dadas e muito regular sempre que a estrada empina. Arriscou na etapa do Larouco, entrando na fuga para subir mais alguns lugares na classificação geral e pagando esse esforço no dia seguinte (Senhora da Graça) onde se esperava que tivesse mais perto dos homens da frente, ainda assim foi suficiente para alcançar um lugar no Top 10 da geral, algo que desde o ano de 2016 apenas não o conseguiu em 2020, somando um 7º, dois 8º e dois 10º lugares.


Outros destaques da prova:

- Rafael Reis: O homem da Volta! Vence o prólogo, o contra relógio, mais duas etapas (Setúbal e Bragança) e a classificação dos pontos. Em todas as suas vitórias, mostrou a sua enorme capacidade de rolador que faz dele o melhor contra relogista português a correr em Portugal, bem como o melhor corredor do nosso pelotão a descer (depois da retirada de Filipe Cardoso). Um corredor com uma envergadura física pouco comum no ciclista português, mostrou que tem ciclismo nas pernas suficiente para voltar a correr no estrangeiro.

- Gustavo Veloso: Quase como se de uma menção honrosa se tratasse, o galego voltou a mostrar que é um "senhor" no ciclismo português, dando a cara para defender o seu colega de equipa nos momentos mais difíceis da prova, deixando tudo o que tinha na estrada em prol do amigo Marque.

- Kyle Murphy: Poderia citar a equipa da Rally de forma geral, já que animaram a prova todos os dias colocando os seus elementos em fugas e vencendo 3 etapas...como o Murphy venceu duas das três e foi a par de Rafael Reis o único a triunfar mais do que uma vez em etapas de características diferentes, fica esta menção relativa ao corredor americano.

O pai do Mauricio Moreira é só uma das maiores estrelas do ciclismo do Uruguai

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E o irmão mais velho do Mauricio ganhou duas vezes o título nacional uruguaio de contra-relógio.

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Genes de ciclista, o irmão enquanto Sub 23 também ganhou esse título por 3 vezes, parece tal como o Maurício que anda bem no contra relógio e corre no Uruguai, será que o Maurício o vai trazer para cá (embora ele seja mais velho)? O pai é o recordista de vitórias na Volta ao Uruguai e nas Rutas da América. Ainda em relação ao Maurício ele foi contratado pela Efapel como opção a Miguel Angel Ballesteros cuja contratação falhou, tendo este corredor assinado pela Electro Hiper Europa e assim a equipa virou-se para o uruguaio que foi uma escolha de recurso. Não sei se esta informação já tinha sido dada ou não.

Foi uma VaP típica mas atípica ao mesmo tempo. Diretores desportivos em modo meme, um gajo estupidamente forte que tem capacidade de discutir todas as etapas se assim quiser e o Joni Brandão ao ataque.
Gostei de ver, mas ao mesmo tempo todo o caos que os ciclistas causam mais a própria RTP não ter qualidade/interesse/capacidade em fazer uma transmissão melhor levaram a que estivesse algumas vezes perdido no que estava a ver. Ainda assim, todos os dias teve bom entretenimento.

Pontos positivos:
- O Reis foi o gajo que mais curti de ver em toda a prova, e não me lembro de outra qualquer prova por etapas em que um ciclista com as características do Reis ganha a camisola dos pontos;
- Marque e Veloso, escuso de explicar porquê;
- Rally, Israel, Movistar e Kern Pharma, foram das equipas estrangeiras as que mais gostei, que pareceram ter interesse em conseguir algo que não tentar somente aparecer nas fugas, dando também uma achega ao Molenaar logo na primeira etapa em linha e à equipa da Bingoal por uns resultados interessantes com o Wirgten e o Molly;
- João Rodrigues, Mauricio Moreira, Reis e Leitão a terem que dar o salto daqui, se bem que o Leitão não teve nem uma oportunidade de mostrar o seu talento.

Negativos:
- Diretores desportivos tugas;
- Percurso francamente mau da VaP, e já toco nisso;
- Posso estar a ser injusto, mas não me lembro de ver a Antarte e a Tavfer a ter algum destaque de especial;
- Nas estrangeiras a SwiftPro Carbon (de quem não esperava nada) fez o que esperava e esperava mais de tanto a Euskaltel como da CajaRural. Dentro da Bingoal alguma desilusão no Vanendert e no Boris Vallee.

Numa espécie de futurologia e que gostaria que acontecesse para o próximo ano/anos.
- Se a VaP vai continuar a ter permissão especial e 11 etapas, podiam guardar 3 etapas descaradamente para sprinters e outra com alguma dificuldades a meio que consoante a geral as equipas escolhessem se queriam trabalhar para apanhar a fuga ou deixar a fuga ir, um pouco como a chegada a Castelo Branco (mas com outra caraterística de chegada, até pode ser chegada a subir, mas aquela aproximação nossa senhora). Isto deixava espaço ainda para Torre e Sra. da Graça, contra relógio final, e disse aqui 7 etapas, sobram 4 que se podem distribuir por 1 de alta montanha, prólogo, rompe pernas e chegada tipo Santa Luzia para os Luís Gomes da vida;
- Manter os convites à Rally, ICA, Movi, Bingoal e Kern. Valorizaram a VaP, deram show, ou ajudaram a dar show, e no caso da Kern e da Movi ainda vieram lutar por lugares muito bons na geral (como há uns anos me lembro do Feillu, David de la Cruz, ou até o Pardilla e o Wyss) e a ICA já antes trouxe o Neilands;
- Com o João Almeida a ir para a UAE, e com a falange de gente tuga que tem lá, faria sentido os convidar e deixá-los trazer os Oliveiras (que não seriam perigo para a geral), e os Cristian Munoz/Oliviero Troia da vida mais um Molano. Isto fazia com que o Iuri (que se fala que vai sair de cá) pudesse mostrar o que vale com mais pessoal bom, e trazia mais mediatismo para cá.
- Por último, por favor RTP melhora-me a transmissão a nível de grafismos.

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A Antarte ganhou a montanha xd, depois as espanholas que referiste sairam por covid. A Swift era mesmo a mais fraquinha e ainda por cim sem calendário nos ultimos tempos.

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Acrescentar também ao que o que o Davide disse que o Vallée caiu logo na primeira etapa e foi aí para casa, por isso pouco mostrou na Volta.

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