Filipee Escreveu:
tozequio Escreveu:
A saúde está a ferro e fogo neste momento.
Não querendo questionar a vossa posição Tó, que eu sei que é tramada e que, infelizmente, dá-se pouco valor aos médicos e enfermeiros do sector público, mas deixar na mão os pacientes/doentes não vai contra aquilo que vocês têm no juramento? Eu acredito que seja a forma mais "lógica" de tentar virar as coisas, mas faz-me confusão o que está a acontecer, honestamente.
Não faz confusão nenhuma. Nenhum médico é obrigado por lei a fazer mais de 150 horas extraordinária por ano, o que já por si é um valor demasiado elevado. É basicamente a mesma coisa do que trabalhar mais 1 mês do que aquilo que está estipulado no nosso contrato, e mais 2 meses do que os restantes funcionários públicos que fazem 35 horas por semana. Ninguém pode ser obrigado a ser escravo do seu trabalho.
Se não há médicos suficientes no SNS é mais do que evidente que a culpa tem de ser apontada aos decisores políticos que fazem com que esta seja a realidade. E não é por falta de médicos, já que Portugal é o terceiro país da OCDE com maior rácio de médicos por habitante. E com tudo isto fica mais do que evidente que tem sido a carolice dos médicos que tem aguentado o SNS nos últimos anos.
Já há muito que se deviam ter adotado medidas mais extremas. Se há coisa que da qual se pode acusar a classe médica nos últimos anos é de ter sido demasiado branda e ter compactuado com os sucessivos desinvestimentos a nível do SNS.
E a questão do juramento diga-se também que é uma falsa questão. Ninguém é obrigado a "jurar" coisa nenhuma perante ninguém. É meramente um momento simbólico de entrega das cédulas profissionais aos médicos recém-formados.