Este ano no cross as provas femininas aproximaram-se muito das masculinas e em alguns dos casos até a ultrapassaram em termos de espectadores absolutos (mesmo sendo num horário pior, 13h30 locais vs 15h00).

Sendo que no cross essas disparidades já não se colocam, o prize money já é equivalente para ambos os géneros nas principais provas.

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Mesmo no ciclocross, pelo que fui vendo, as provas tiveram ótimas audiências. O fosso maior ainda está mesmo na estrada.

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A Trek começou este ano a pagar o mesmo salário base nas equipas masculina e feminina (claro que para as grandes estrelas haverá um fosso), é um passo na direção certa.

Só para que não pensem que com a CEGOR estava a pegar na corrida com maior discrepância, no inCycle os números da RVV são 104k vs 4k, na Gent são 54k vs 5k e na Strade Bianche são 204k vs 38k, mas não reparei nelas quando tirei os prints.

São números significativamente diferentes para se estar a exigir igualdade. Seja qual for o parâmetro, as diferenças, pelo menos na estrada, são nítidas. Pegando no Tiz, fora os mundiais, o máximo que uma etapa do Giro Rosa - à partida a mais importante prova feminina a nível de PPE - teve de visualizações foi pouco mais de 2000, a Route de Occitanie do ano passado só teve uma etapa abaixo disso, e creio que a que teve mais visualizações no geral foi a La Course de 2018, com quase 5000, mas também só bate as clássicas masculinas desse ano com pouco nome ou para sprinters. Estou completamente a favor de uma melhor repartição, algo entre 1/3 e 1/4 do total do prize money.

É uma parvoíce autêntica que haja este fosso entre ciclismo masculino e feminino. Como o Davide e o DoubleS bem dizem, no CX as coisas estão bastante mais igualadas e as corridas são tão boas ou melhores ainda na parte feminina do que na parte masculina. As audiências também são bastante boas por lá e porquê? Porque há boa divulgação das coisas e têm o mesmo tipo de exposição que os atletas masculinos. Porque não se faz isso na estrada? Por não haver audiências? O que há que mudar é a mentalidade das pessoas, na minha opinião. A Eurosport, por exemplo, que passe a dar mais provas de ciclismo feminino e vamos ver se não há mais audiências.

Eu tenho vindo a defender bastante a igualdade de condições/salários entre atletas masculinos e atletas femininas. Acho que é bastante importante que se chegue a este tipo de igualdade o mais rápido possível para termos melhores perspetivas de evolução das atletas e ainda mais provas a acontecerem e como o Kronos disse a atitude da Trek é um passo na direção certa para o que se quer, é uma atitude louvável. A UCI é que podia meter os olhinhos na Trek para ver se tomava mais decisões no sentido de haver uma maior igualdade.

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Eu não consigo ver ciclismo feminino.

Acho que um factor importante é dinheiro gerado em publicidade para cada uma das corridas e os prêmios são gerados a partir daí digo eu. Não sei como processam as audiências em ralação ao dinheiro gerado depois. Mas os contratos com as marcas devem ser feitos antes das corridas. A organizacao não perdia nada em dividir os prêmios por iguais. E para as marcas é irrelevante acho eu.

Relativamente ao interesse, o ciclismo de estrada feminino acho que ainda tem de melhorar muito, mas ciclocross, XCO, XCM, Enduro e DH já é bastante interessante de seguir. Principalmente se conhecermos as ciclistas.

Isto tem haver com regulamentos. As organizações pagam sempre o mínimo possível. Menos despesa, vai dar mais lucro. Pelo que dá para ver o feminino já tem os valores definidos até 2023, ou tentam renegociar antes ou só para 2024 é que vão ter alterações.

Feminino
https://www.uci.org/docs/default-source ... 9-2023.pdf

Masculino
https://www.uci.org/docs/default-source ... -01-21.pdf

Ainda é muito desequilibrado é um facto. Mas temos um pouco de preconceito com o ciclismo feminino, se for um solo do Evenepoel é do alho, se for da Anna Van der Bergen já é mau.

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A igualdade salarial apenas deve ser atingida seja naquilo que for se o produzido por igual. No caso específico do ciclismo se não tem as mesmas audiências não vai ter as mesmas condições naturalmente. Quando tiver que assim seja tal como no tênis etc.

Btw nunca vi nenhuma prova feminina.

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Não vais perder pela demora, mal estejamos juntos, quando a pandemia passar, vou-te meter a ver umas provas de ciclismo feminino e vais ver que vais gostar.

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Não me parece. Não há tempo para mais desporto...

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A questão é que as coisas podem ser vistas de ambos os lados.

É difícil gerar impacto mediático e retorno financeiro se não são criadas as condições para levar a modalidade junto do grande público.

Neste momento é preferível para as TVs ter 6 horas de transmissão integral (sob influência da ASO, claro) de uma etapa plana do Tour em parceria com o Valdispert do que dividir o bloco de tempo disponível para tentar articular metade do tempo para o Giro Rosa e metade para o Tour. E aí a responsabilidade é do péssimo trabalho que a UCI faz a defender as disciplinas que lhe trazem menos francos suíços. Atualmente parece que há uma certa condescendência com as mulheres no ciclismo de estrada feminino como se elas fossem inferiores aos homens e não fossem capazes de subir até aos 2000m de altitude regularmente ou de passar mais do que 1 montanha de elevado grau de dificuldade na mesma semana. Sim, são mais lentas e possivelmente com menos peak power do que os homens devido a fatores biológicos, mas se o BTT e o CX mostram alguma coisa é que não são menos capazes de que um homem para fazer um certo percurso.

Eu também não vejo ciclismo feminino de estrada, salvo exceções ocasionais em que a prova me aparece à frente na TV, porque não tenho grande interesse em ir ver blocos de 15 minutos de highlights ou em acompanhar uma corrida por flashes ocasionais como até há uns tempos eram as transmissões da RvV ou da Flèche na Eurosport, em que se via a corrida masculina e de vez em quando aparece a prova feminina no ecrã, sem contexto de como foi a situação de corrida que levou até àquele desfecho. Mas no BTT, por exemplo, em que a Red Bull Media House faz um trabalho igual para ambos os géneros na transmissão, é muito mais recompensante assistir a uma prova feminina do que noutras disciplinas velocipédicas e, falando de mim, na maior parte das vezes a prova de XCO feminina é muito mais interessante de acompanhar do que a masculina.

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Para quebrar o gelo mais uma excelente história de ciclismo, o alemão Dieter Wiedeman que correu o Tour fugindo à STASI.

https://www.ciclonews.biz/dieter-wiedem ... -la-stasi/

Hoje o Tiesj Benoot faz 27 anos, ainda me lembro quando ia ser o novo Boonen
https://www.pcm-portugal.com/forum/viewtopic.php?f=15&t=9739&start=210

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