Campeonato do Mundo de Estrada
A primeira fuga, logo no início da prova incluiu
Fabian Cancellara, Johan Vansummeren, Matthew Lloyd, Victor Hugo Peña, McCarty, Ignatiev, Mortensen e Luis Leon Sánchez.
Uma fuga demasiado forte para que lhe fossem dadas quaisquer veleidades. Ganharam no máximo 38 segundos de vantagem e foram rapidamente alcançados.
Segunda tentativa de ataque, desta vez com 10 elementos, alguns repetidos, foi novamente alcançada. Não estava fácil para os fugitivos.
Victor Hugo Peña foi o seguinte a tentar, rapidamente alcançado também pelo pelotão liderado por
Diogo Bernardo.
Pozzato, Ballan, Mollema, Weening, Bernardo e Joachim faziam a maior parte do trabalho no pelotão nesta fase inicial da prova.
Na tentativa de fuga seguinte, voltava a estar o incansável
Cancellara já pela 3ª vez num grupo fugido. Com ele iam
Perez, Fuglsang, Devine, Ignatiev, Popovych, Arvesen, Lloyd e Casar. Este grupo de 9 conseguiria finalmente algum avanço relativamente ao pelotão.
Por esta altura caíu
Caleb Manion, que foi o primeiro a ficar arredado da discussão da corrida.
Quando foi notório que aquele grupo tinha ganho tempo, tentaram sair mais alguns do pelotão:
Luis Leon Sanchez, Morkov e McGee.
Também estes ganharam bom avanço relativamente ao pelotão.
O trabalho no pelotão, continuava a ser feito pelos mesmos 6 mas a um ritmo muito mais lento.
Tão lento, que
Manion conseguiu reentrar depois de já ter tido um atraso significativo.
Lá na frente, ritmo fortíssimo de
Devine reduzia o grupo de fugitivos. Reduziu o grupo a 3, mas o seu esforço quase o fazia atrasar-se também. No entanto, ao passar outro ciclista para a frente do grupo no final do seu trabalho, todos conseguiram reentrar, inclusivé os 3 de trás.
Tinhamos agora os 12 ciclistas em fuga num único grupo com 6 minutos de avanço para o pelotão, e a ganhar tempo. Os portugueses, medrosos, não se envolveram em fugas.
Quando o grupo começou a perder tempo para o pelotão, começaram as movimentações. Ninguém se queria deixar alcançar e em desespero começaram a atacar-se uns aos outros. No entanto, no final de todas as movimentações, o grupo estava novamente compacto. Todos os 12 tinham aguentado/reentrado no grupo.
Estes ataques tiveram o condão de deixar o grupo mais activo e desperto e recomeçaram a ganhar tempo ao pelotão.
Finalmente o pelotão começou a aumentar o ritmo com o excelente trabalho de
Bettini, Nibali, Visconti e Nocentini a sobressair.
Vários ciclistas ficaram para trás logo aí, entre eles o português
Diogo Bernardo.
A 65 km do final tinhamos o grupo de fugitivos já com menos de 5 minutos de avanço para um pelotão que era nesta altura constituído por 80 unidades.
A 50 km do final, com o pelotão reduzido a 73 elementos e com a fuga a cerca de 3 minutos, começam ataques entre ciclistas importantes no pelotão.
Kim Kirchen foi o primeiro a sair.
Kroon e Bruno Santos responderam. Os 3 voltariam a ser alcançados pelo pelotão.
Isto foi suficiente para reduzir o pelotão a 61 unidades.
O trabalho da Itália era interminável e agora
Pozzato e Cunego juntavam-se ao trabalho.
A 35 km do final,
Bruno Santos voltava a atacar o pelotão. Tentaram responder
Danilo Di Luca e Juan José Cobo. Sem sucesso.
Entretanto e quase em simultâneo,
Luis Leon Sanchez perdia o contacto com o grupo da frente, enquanto
Bruno Santos se juntava a esse mesmo grupo.
Com
Di Luca na frente, o trabalho do pelotão passava a ser exercido pelos holandeses.
No grupo da frente,
Perez e Casar atrasavam-se também, tal como os australianos
Lloyd e McGee, e os restantes um por um.
Fuglsang foi o último a conseguir resistir ao ritmo de
Bruno Santos, mas também ele se atrasaria.
Assim, e com 10 km pela frente,
Bruno Santos tinha já ganho um avanço confortável, tendo apenas
Di Luca e Cobo na perseguição, mas de longe.
E assim, com grande facilidade, o Campeão do Mundo era, pela primeira vez, português!
Bruno Santos, Campeão do Mundo!
Juan José Cobo seria 2º chegando sozinho ao final, e depois do excelente 7º lugar no Contra-Relógio conseguia agora uma medalha de prata na prova de estrada.
Danilo Di Luca seria alcançado pelo pelotão perto do final não conseguindo manter o bronze, no entanto um seu compatriota conseguiria manter a medalha para a Itália. Foi
Leonardo Bertagnolli!
Top 10
1º Bruno Santos
2º Juan José Cobo a 2'36
3º Leonardo Bertagnolli a 3'17
4º Damiano Cunego
5º Robert Gesink
6º Filipe Brandão
7º Frank Schleck
8º Danilo Di Luca
9º Thomas Dekker
10º Joaquim Rodriguez
15º Tiago Torres
34º Helder Espínola
95º Diogo Bernardo a 10'47