His Dudeness Escreveu:
Оcmohayt Escreveu:
Se dizes as melhores de sempre então é porque essas são melhores que as outras, digo eu. Mas sem ser técnica, integridade moral (seja lá o que isto for), significado politico e âmbito social (também não tou a ver o que seja isto), todos os outros nunca podem ser usados para avaliar música para além de ti próprio. E a criatividade é algo dificílimo de avaliar, todo o artista bebe de algum lado, visto que não se sabe tudo o que um artista ouviu na vida, como é que se pode ver se está realmente a fazer algo de novo ou algo muito baseado em outra coisa já feita?
Técnica, faço a pergunta que fiz antes, será sinónimo de qualidade? A tocar o instrumento, sim, mas o gajo mais virtuoso a tocar ferrinhos duvido que me faça saltar como se não houvesse amanhã. E pegando pela paixão e pelo significado político, o RAC tem bastante disso, mas para muitos milhões de pessoas, músicas que glorificam a raça ariana e a morte de emigrantes nunca podem ser consideradas como boa música.
Pronto, pronto. Mas o que estamos mesmo a discutir? É que estou à nora...
Em relação à frase que começas o post:
Qual é o problema? Não vejas o que pode ser pior do que a Bohemian Rhapsody, vê antes o que pode ser melhor. Se não encontras muitas, então é porque a Bohemian Rhapsody é, de facto, uma das melhores músicas de sempre.
Quando me refiro a integridade moral, digo que a actividade cultural deve ter uma dimensão moral, do que o que é bom e o que é mau, certo e errado. Daí tu não considerares "músicas que glorificam a raça ariana e a morte de emigrantes" como boa música. Concordo. Quanto ao significado político e à paixão, essas duas características apenas não transformam uma música numa música de qualidade. Aconselho-te a procurar a palavra "política" no dicionário. Ninguém está aqui a falar obrigatoriamente de partidos políticos, mas sim do que é urbano e relativo a certa comunidade.
Âmbito social é se a música atinge ou não o público ao qual é destinado. Por exemplo, o John Lennon escrever a Imagine e a sociedade transformar aquilo como um hino à paz (ainda que não sigam os "conselhos" da mesma música).
Técnica não é sinónimo de qualidade, but then again - alguém disse que basta cumprir apenas um desses parâmetros para ser de qualidade?
Em relação à tua última pergunta do teu primeiro parágrafo: Dá para ver. Quem é músico sabe notar quando há uma certa creatividade, frescura, originalidade. Não tem nada que ver com algo baseado noutra coisa feita. Até podem basear-se 90% noutro artista e sair dali uma revolução musical.
Pega no Chuck Berry, que aprendeu e "usou" (copiou) as frases de guitarra do T-Bone Walker, alterou o groove, o ritmo vá, e a partir daí nasceu o Rock & Roll... e a única coisa que o tipo fez foi pegar nuns
licks de guitarra e tocá-los numa batida acelerada. Foi o que bastou para revolucionar o mundo da música.
E depois podes ter o Tony Carreira a ir copiar música de um mexicano qualquer e o resultado ser tão vulgar como o jingle do Pingo Doce.
Parece-me óbvio que estás à nora, quando se está a discutir sobre se é correcto ou não classificar músicas como melhores de sempre e tu continuas a individualizar tudo, quando se algo é o melhor, é o melhor para todos. Logo não interessa o que eu acho de Bohemian Rapshody, porque para se definir objectivamente algo, o que eu acho é irrelevante. E o teu problema é que só me tens dado coisas que não podem ser apresentadas de forma igual a um grupo. O que tu defines como indicadores de qualidade musical, não são os mesmos para as restantes pessoas da tua freguesia. Se não estabeleces parâmetros universais, como é que podes elevar algo a melhor de sempre?
Se isso é o que consideras integridade moral, então tens os gostos um bocado baralhados. O que não falta em blues, rock n' roll e rock progressivo, mesmo entre os grandes, são a glorificação do sexo, alcoól, drogas, hedonismo e isto são dos temas mais fraquinhos. Já agora, quem falou em partidos políticos? Tu é que se calhar precisas de pesquisar para perceber que canções políticas não são boas por serem políticas, mas sim pela mensagem política que transmite, e essa, só agrada a quem for da mesma tendência. Essa do âmbito social ainda me parece estranho o que queres entender, até porque o exemplo não ajuda, se há letra cujo significado é totalmente diferente daquele que a maioria dá, é o Imagine do John Lennon.
Nunca disse que técnica só chegava, mas para uma análise objectiva (que não estás a fazer) tem que haver uma certa progressão, e com o elemento técnica sugeres que quanto melhor se tocar, melhor é a música. Ao que eu volto a perguntar, se tocar melhor é igual de a música ser melhor? Se metessem bons tocadores a refazer a discografia dos Sex Pistols, o mais provável é eu não ir gostar, nem considerar melhor, porque muita da essência que se retira quando se ouve Sex Pistols provém mesmo do som tecnicamente pobre, mas isto sou só eu, não estabeleço que isto é o padrão para tudo, como é pretendido fazer, se quiseres classificar algo como melhor de sempre.
Do Tony Carreira não digo, mas posso falar do Iglesias original. Ele não fez grandes alterações ao estilo de música que ele canta e possivelmente escreve, mas também fez uma revolução e é graças ao Iglesias que hoje tens os Carreiras da vida, espalhados por todo o mundo, que atraem massas de multidões. Portanto, entre Chuck Berry e Julio Iglesias, qual será o melhor? Ambos são excelsos até pelos parâmetros que apresentaste, mas para públicos distintos.